Economia

Taxa de desemprego no Brasil pode ser maior do que se previu

Pesquisa Pnad Contínua mostrou uma taxa de desocupação de 7,4%, quase dois pontos porcentuais acima da prevista pela Pesquisa Mensal de Emprego, ambas do IBGE


	Carteira de trabalho: No segundo trimestre de 2013 a Pnad Contínua também mostrou taxa de desemprego de 7,4%
 (Daniela de Lamare/Gloss)

Carteira de trabalho: No segundo trimestre de 2013 a Pnad Contínua também mostrou taxa de desemprego de 7,4% (Daniela de Lamare/Gloss)

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Da Redação

Publicado em 18 de janeiro de 2014 às 08h38.

Rio de Janeiro - A taxa de desemprego no Brasil é maior do que se imaginava, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pela primeira vez ontem (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A nova pesquisa, realizada em todo o território nacional, mostrou uma taxa de desocupação quase dois pontos porcentuais acima da verificada pela Pesquisa Mensal de Emprego, apurada mensalmente também pelo IBGE nas seis principais regiões metropolitanas do País.

A Pnad Contínua apontou uma taxa de desemprego média de 7,4% em 2012, segundo a soma dos quatro trimestres verificados pela pesquisa. Já a PME registrou uma taxa de desocupação média de 5,5% naquele ano. No segundo trimestre de 2013, o dado mais recente divulgado, a Pnad contínua mostrou uma taxa de desemprego também de 7,4%. No mesmo período, a PME verificou uma taxa de desocupação de 6,2%.

A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, disse que ainda estava avaliando os dados, mas que, a despeito de a nova taxa de desemprego ter vindo acima da que era estimada, as duas pesquisas possuem tendência semelhante. Miriam, porém, não falou se a nova taxa de desemprego poderia ser considerada alta ou satisfatória. "O dado apresentado se refere ao segundo trimestre do ano passado, não é de hoje. Dados virão mais adiante", disse ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.

Para a presidente do IBGE, Wasmália Bivar, o resultado não mostra deterioração no mercado de trabalho. "O cenário que o IBGE vem mostrando é de um mercado de trabalho extremamente aquecido, com taxa de desocupação baixa."


Mesmo com as diferenças, a nova taxa de desemprego no País permanece baixa, avaliou o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, sócio diretor da consultoria Nobel Planejamento. "Não muda muito o panorama do mercado de trabalho", afirmou, lembrando que a Pnad Contínua inclui regiões com menor dinamismo do mercado de trabalho. "O que está faltando é explicar por que a economia cresce tão pouco, mas o mercado de trabalho está bem assim."

O economista sênior do Besi Brasil, Flávio Serrano, acha que faz sentido que a taxa de desemprego na Pnad Contínua se eleve, por conta das mudanças metodológicas. "A avaliação é exatamente a mesma, e o movimento da taxa é muito parecido. O mercado de trabalho segue apertado", contou Serrano.

O ponto de vista é compartilhado pelo economista Carlos Henrique Corseuil, diretor adjunto de Estudos e Políticas Sociais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Mais importante do que a diferença nas taxas de desocupação apontadas pelas duas pesquisas é a coincidência na tendência que elas mostram. "O mercado de trabalho está em tendência de aquecimento", disse.

O IBGE divulgou informações trimestrais da Pnad Contínua apenas para o período de janeiro de 2012 a junho de 2013. A pesquisa captura dados de mais de 211 mil domicílios em 3,5 mil municípios de áreas urbanas e rural. Além disso, a ocupação é medida para pessoas a partir de 14 anos. Já a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) abrange 45 mil domicílios e pessoas de dez anos ou mais. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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