Economia

Taxa de câmbio ainda está apreciada, diz Barbosa

Segundo o secretário do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, as políticas macroeconômicas devem ter vistas não só uma aceleração do crescimento, mas sua distribuição

"A taxa de câmbio ainda está apreciada, mas o governo já tomou algumas medidas, o governo faz intervenções para evitar ainda uma volatilidade", disse Barbosa (Artur Cruz/Agência Brasil)

"A taxa de câmbio ainda está apreciada, mas o governo já tomou algumas medidas, o governo faz intervenções para evitar ainda uma volatilidade", disse Barbosa (Artur Cruz/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 30 de junho de 2014 às 14h15.

São Paulo - A atual taxa de câmbio brasileira ainda está apreciada, em função de uma elevada taxa de juros no Brasil, do cenário externo, do aumento recente dos preços de commodities e de uma menor fragilidade financeira no país, avaliou nesta sexta-feira o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa.

Segundo ele, o patamar atual do dólar, em torno de 1,80 real, reflete medidas recentes adotadas pelo governo, mas o real ainda está valorizado.

"A taxa de câmbio ainda está apreciada, mas o governo já tomou algumas medidas, o governo faz intervenções para evitar ainda uma volatilidade", disse.

Às 13h35 desta sexta-feira, o dólar era cotado a 1,8170 real, em baixa de 0,29 por cento. O governo tem dito que não deixará que o real se valorize muito e, para isso, tomará mais medidas. Recentemente, por exemplo, elevou a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para empréstimos externos com até 5 anos. Antes, a taxa valia para as operações de até três anos.

Para Barbosa, a volatilidade da moeda, no entanto, tende a diminuir, já que além das medidas tomadas pelo governo, os preços de commodities podem se estabilizar e influenciar menos na taxa de câmbio brasileira, já que o Brasil é um país exportador de commodities.

Falando a jornalistas após evento em São Paulo, Barbosa disse ainda que a expectativa do Ministério da Fazenda é que a inflação deste ano fechará abaixo de 5 por cento por cento e pode chegar ao centro da meta, que é de 4,5 por cento ao ano pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Segundo Barbosa, as políticas macroeconômicas devem ter vistas não só uma aceleração do crescimento, mas sua distribuição. "Fazemos ferramentas para distribuir o crescimento. Não adianta só falarmos de câmbio ou inflação, mas ter em vista como isso afeta a distribuição do crescimento", disse.

Barbosa afirmou ainda que, para reduzir o spread bancário, estão em estudo medidas como facilitar a renegociação de dívidas agrícolas e que medidas já adotadas neste sentido podem ser estendidas a outras áreas, inclusive pessoas físicas, o que traria ainda uma redução da inadimplência.

Já sobre as medidas que beneficiariam a indústria, reafirmou que está em análise a desoneração da folha de pagamento para outros setores, como o de autopeças e o naval. "Falamos com alguns setores e estamos analisando a questão, depende também do impacto fiscal", disse.

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