Economia

Suspender licenças automáticas à Argentina é decisão comercial

O Brasil decidiu adotar medidas em contrapartida às barreiras criadas pelos argentinos aos produtos nacionais

Negociadores brasileiros defendem que a medida visa à preservação do equilíbrio e da estrutura nacionais do setor industrial (Martin Seguin/AFP)

Negociadores brasileiros defendem que a medida visa à preservação do equilíbrio e da estrutura nacionais do setor industrial (Martin Seguin/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2011 às 14h28.

Brasília - A decisão do governo brasileiro, por meio do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), de adotar medidas em contrapartida às barreiras criadas pelos argentinos aos produtos nacionais são consideradas até o momento ações meramente comerciais, sem cunho diplomático ou político. Os negociadores brasileiros afirmam que a decisão é normal no campo das articulações do comércio internacional.

Em janeiro, os ministros das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, e da Argentina, Héctor Timerman, conversaram sobre a polêmica envolvendo as barreiras comerciais aos produtos brasileiros em território argentino. Na conversa, eles afirmaram que o processo é comum quando as economias seguem um curso de evolução positiva, de acordo com os presentes.

Para os negociadores brasileiros, a decisão anunciada ontem (12) pelo Brasil é natural no contexto internacional porque visa à preservação do equilíbrio e da estrutura nacionais do setor industrial. De acordo com eles, a comunidade internacional compreende quando determinadas medidas são adotadas de forma justificada.

Ontem o MDIC anunciou que a partir de agora a importação de automóveis e autopeças não será mais por meio de licenças automáticas. Isso significa que o processo de entrada de produtos argentinos no Brasil pode demorar até 60 dias para ser aprovado. Segundo informaram os técnicos, a medida inclui não só a Argentina, mas também o México e a Coreia do Sul.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, negou ontem que a decisão seja uma retaliação às barreiras impostas aos produtos brasileiros. “Estão usando o termo errado. Retaliação é coisa complicada de fazer, por enquanto estamos só monitorando. As medidas adotadas nas alfândegas [do Brasil] foram tomadas contra vários países”, disse.

Segundo Pimentel, foi encaminhada uma carta à ministra da Indústria da Argentina, Débora Giorgi, pedindo o fim das retenções de mercadorias brasileiras nas alfândegas argentinas. Desde o ano passado, a Argentina cria dificuldades para a liberação de mercadorias brasileiras que chegam em suas alfândegas.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaArgentinaComércioComércio exteriorDados de Brasil

Mais de Economia

Governo teme “efeito cascata” no funcionalismo se Congresso aprovar PEC do BC

Banco Central estabelece regras para reuniões com agentes do mercado financeiro

Produção industrial sobe 4,1% em junho, maior alta desde julho de 2020

Governo Lula aperta regra e trava R$ 47 bi em gastos dos ministérios até setembro; entenda

Mais na Exame