Superávit cambial em 2011 é o segundo maior da história, diz BC
O Brasil fechou o ano de 2011 com entradas líquidas de US$ 65,279 bilhões
Da Redação
Publicado em 4 de janeiro de 2012 às 14h22.
São Paulo - O Brasil registrou em 2011 o segundo maior superávit cambial de toda a história, de acordo com dados do Banco Central (BC) divulgados nesta quarta-feira, e profissionais do mercado acreditam que o país pode continuar atraindo grandes volumes de capitais neste ano se a situação na Europa não piorar.
O país fechou o ano passado com entradas líquidas de 65,279 bilhões de dólares, a segunda melhor marca da série histórica do BC, iniciada em 1982. O volume de agora ficou atrás apenas de 2007, quando houve ingressos de 87,454 bilhões de dólares, mas é quase 170 por cento maior do que 2010, quando o fluxo ficou em 24,354 bilhões de dólares.
O saldo de 2011 foi composto por superávit de 43,950 bilhões de dólares nas operações comerciais e de 21,329 bilhões na conta financeira.
"Temos condições de manter um fluxo elevado para o Brasil. Vamos crescer mais de 3 por cento no próximo ano e estamos esperando IED (Investimento Estrangeiro Direto) na ordem de 55 bilhões de dólares. São números muito bons considerando que este ano não deve ser fácil para a economia mundial", afirmou o diretor da Ativa Corretora, Álvaro Bandeira, que não fez uma projeção para o fluxo neste ano.
Para o economista, a atratividade da economia brasileira também se deve à elevada taxa básica de juros, hoje em 11,00 por cento ao ano, a despeito de expectativas de queda nos próximos meses.
De acordo com o último relatório Focus do BC, o mercado espera que a economia brasileira cresça 3,30 por cento neste ano e que o IED totalize 55,00 bilhões de dólares. Os agentes apostam ainda que a Selic terminará este ano em 9,5 por cento.
A própria autoridade monetária projeta que o IED ficará em 50 bilhões de dólares em 2012, ano em que a economia crescerá 3,5 por cento. A cifra, ainda que robusta, é menor à previsão de 2011, de 65 bilhões de dólares em IED para o país.
Bandeira ponderou ainda que o fluxo de capitais ao Brasil seguirá dependente do noticiário internacional, sobretudo da crise de dívida na zona do euro. "Se a aversão a risco crescer, o Brasil vai ser afetado e podemos ter uma diminuição desses fluxos." Em dezembro, o fluxo cambial brasileiro registrou saldo negativo de 1,943 bilhão de dólares, com saldo positivo de 1,681 bilhão de dólares na conta de comércio e negativo de 3,625 bilhões de dólares no segmento financeiro.
Credibilidade em alta
Para o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, que não trabalha com um cenário de ruptura no exterior, o ponto forte do Brasil no atual momento econômico é a credibilidade que o país construiu nos últimos anos. "Nossos fundamentos são sólidos, isso faz a diferença", afirmou.
Mesmo com crise, o mercado acredita que ofluxo pode melhorar ainda mais no médio prazo. O diretor de tesouraria do Banco Prosper, Jorge Knauer, enxerga dois momentos para o cenário de fluxo cambial neste ano: um primeiro semestre de ingressos mais contidos, enquanto que nos últimos seis meses do ano o fluxo pode ficar mais forte, em meio à aceleração da economia doméstica e a perspectivas de que não haja um agravamento da crise na Europa.
Volta da posição vendida
Após três meses sustentando posições compradas no mercado à vista, os bancos fecharam dezembro com exposição vendida -quando as apostas são de valorização do real frente ao dólar- de 1,583 bilhão de dólares. Até o dia 16 de dezembro, os bancos tinham posição comprada de 717 milhões de dólares.
Segundo o operador de câmbio de uma corretora paulista, o movimento reflete ajustes nas carteiras das instituições após o BC ter sinalizado que atuará no câmbio se necessário. "Aliviou um pouco o medo do pessoal", afirmou.
São Paulo - O Brasil registrou em 2011 o segundo maior superávit cambial de toda a história, de acordo com dados do Banco Central (BC) divulgados nesta quarta-feira, e profissionais do mercado acreditam que o país pode continuar atraindo grandes volumes de capitais neste ano se a situação na Europa não piorar.
O país fechou o ano passado com entradas líquidas de 65,279 bilhões de dólares, a segunda melhor marca da série histórica do BC, iniciada em 1982. O volume de agora ficou atrás apenas de 2007, quando houve ingressos de 87,454 bilhões de dólares, mas é quase 170 por cento maior do que 2010, quando o fluxo ficou em 24,354 bilhões de dólares.
O saldo de 2011 foi composto por superávit de 43,950 bilhões de dólares nas operações comerciais e de 21,329 bilhões na conta financeira.
"Temos condições de manter um fluxo elevado para o Brasil. Vamos crescer mais de 3 por cento no próximo ano e estamos esperando IED (Investimento Estrangeiro Direto) na ordem de 55 bilhões de dólares. São números muito bons considerando que este ano não deve ser fácil para a economia mundial", afirmou o diretor da Ativa Corretora, Álvaro Bandeira, que não fez uma projeção para o fluxo neste ano.
Para o economista, a atratividade da economia brasileira também se deve à elevada taxa básica de juros, hoje em 11,00 por cento ao ano, a despeito de expectativas de queda nos próximos meses.
De acordo com o último relatório Focus do BC, o mercado espera que a economia brasileira cresça 3,30 por cento neste ano e que o IED totalize 55,00 bilhões de dólares. Os agentes apostam ainda que a Selic terminará este ano em 9,5 por cento.
A própria autoridade monetária projeta que o IED ficará em 50 bilhões de dólares em 2012, ano em que a economia crescerá 3,5 por cento. A cifra, ainda que robusta, é menor à previsão de 2011, de 65 bilhões de dólares em IED para o país.
Bandeira ponderou ainda que o fluxo de capitais ao Brasil seguirá dependente do noticiário internacional, sobretudo da crise de dívida na zona do euro. "Se a aversão a risco crescer, o Brasil vai ser afetado e podemos ter uma diminuição desses fluxos." Em dezembro, o fluxo cambial brasileiro registrou saldo negativo de 1,943 bilhão de dólares, com saldo positivo de 1,681 bilhão de dólares na conta de comércio e negativo de 3,625 bilhões de dólares no segmento financeiro.
Credibilidade em alta
Para o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, que não trabalha com um cenário de ruptura no exterior, o ponto forte do Brasil no atual momento econômico é a credibilidade que o país construiu nos últimos anos. "Nossos fundamentos são sólidos, isso faz a diferença", afirmou.
Mesmo com crise, o mercado acredita que ofluxo pode melhorar ainda mais no médio prazo. O diretor de tesouraria do Banco Prosper, Jorge Knauer, enxerga dois momentos para o cenário de fluxo cambial neste ano: um primeiro semestre de ingressos mais contidos, enquanto que nos últimos seis meses do ano o fluxo pode ficar mais forte, em meio à aceleração da economia doméstica e a perspectivas de que não haja um agravamento da crise na Europa.
Volta da posição vendida
Após três meses sustentando posições compradas no mercado à vista, os bancos fecharam dezembro com exposição vendida -quando as apostas são de valorização do real frente ao dólar- de 1,583 bilhão de dólares. Até o dia 16 de dezembro, os bancos tinham posição comprada de 717 milhões de dólares.
Segundo o operador de câmbio de uma corretora paulista, o movimento reflete ajustes nas carteiras das instituições após o BC ter sinalizado que atuará no câmbio se necessário. "Aliviou um pouco o medo do pessoal", afirmou.