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"Spread não é exatamente 31,1%", defende Setubal

Presidente do Itaú Unibanco afirmou que taxa é de cerca de 11% e não de 30% como afirma o Banco Central

Segundo Setubal, conhecer o dado é importante para entender qual o espaço para redução do spread no Brasil (Fabiano Accorsi)
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Da Redação

Publicado em 25 de setembro de 2012 às 17h17.

São Paulo -  O presidente do Itaú Unibanco , Roberto Setubal , afirmou que o spread (diferença entre a taxa de captação de recursos por parte dos bancos e a cobrada dos clientes) não é exatamente de 31,1% como coloca o Banco Central . Segundo Setubal, o número que o Banco Central divulga está correto, mas o conceito não abrange tudo que as pessoas imaginam quando veem o número. É o spread do que foi emprestado naquele mês e não inclui todos os produtos do banco, segundo Setubal.

Segundo o CEO, após descontos de IOF e de produtos não inclusos, entre outros, a margem financeira com clientes do banco é de 11,2%. “Há uma série de correções no balanço do banco que fazem a receita no banco ser equivalente a 11% no saldo de empréstimo”, afirmou durante reunião da Apimec realizada hoje.

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Para Setubal, conhecer o dado é importante para entender qual o espaço para redução de spreads no Brasil. O Ministro da Fazenda, Guido Mantega, constantemente, cobra dos bancos a redução do spread. "Esperamos que os spreads continuem caindo e que a inadimplência caia mais que os spreads", disse Setubal.

Pelos cálculos do Itaú, a margem financeira líquida era de 12,2% no terceiro trimestre de 2010 e caiu para 10,9% no segundo trimestre de 2012 – sendo que, ajustada ao risco, a taxa seria de 6,6%. “Estamos em período de perdas mais elevadas”, afirmou.


No atual ambiente, “desafiador”, há muito o que fazer para o banco ganhar acima de seu custo de capital, disse Setubal. Segundo o CEO, a rentabilidade do setor financeiro passou de 16% há dois anos para perto de 14,5% agora.

Compulsório

Em sua apresentação, Pedro Moreira Salles, presidente do conselho de administração do Itaú Unibanco, afirmou que a redução do compulsório proporciona maior liquidez no sistema, permitindo a redução dos spreads bancários.

Ainda há muitos gargalos no Brasil, segundo Moreira Salles, que considera os investimentos em infraestrutura cruciais. “O Brasil tem uma agenda de investimentos que não pode ser postergada”, disse. Entre os desafios destacados pelo banco estão o custo da mão de obra, a carga tributária, a infraestrutura, a taxa de poupança e o capital humano.

O Itaú projeta que o PIB brasileiro irá crescer cerca de 3,5% ao longo da década. O boletim semanal Focus, divulgado ontem pelo Banco Central, indica que o mercado espera um crescimento de 1,57% no PIB brasileiro em 2012. Para o próximo ano, a projeção é de 4%.

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