Economia

37% de inadimplentes não pagarão dívida em 3 meses, diz SPC

Entre as razões para as contas ficarem em atraso, 28% responderam que não têm condições de pagar


	Mulher faz o pagamento de suas contas com um cartão de crédito
 (Pascal Le Segretain/Getty Images)

Mulher faz o pagamento de suas contas com um cartão de crédito (Pascal Le Segretain/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2014 às 21h00.

Brasília - Parcela de 37% dos consumidores inadimplentes não pretendem pagar suas dívidas nos próximos três meses, aponta pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).

Entre as razões para as contas ficarem em atraso, 28% responderam que não têm condições de pagar; 6% disseram que, embora de forma parcial, teriam condições de pagar, mas não tem intenção em quitar a conta; e outros 3% disseram que terão total condição de pagar, mas não pretendem quitar o débito.

Quando questionados sobre a principal razão da negativa, 45% daqueles que não pretendem pagar dívidas nos próximos três meses dizem que consideram o valor da cobrança abusivo e por isso, nem tentarão negociar com o credor.

Dos entrevistados com contas em atraso, 18% disseram não têm o hábito de pesquisar preços alegando "falta de tempo".

Entre os adimplentes o índice é de apenas 7%. Apenas 20% consumidores inadimplentes disseram ter alguma poupança para realizar um sonho no futuro.

Entre os 63% de consumidores entrevistados que demonstram disposição para pagar suas dívidas nos próximos três meses, a maioria (74%) disse que tentará negociar diretamente com o credor, seguido pelos que farão 'bicos' para complementar a renda (13%) e pelos que esperam receber dívidas de terceiros (11%).

Outros 8% disseram que guardariam o 13º salário para cobrir o valor pendente e apenas 8% pretendem economizar nos gastos diários.

A pesquisa revela que as mulheres representam 60% dos inadimplentes brasileiros. Já entre os adimplentes, a participação feminina cai para 52%.

Considerando a condição social e a faixa etária, percebe-se maior representatividade da classe C (86%) e de pessoas entre 25 e 49 anos (65%) entre os que têm contas em atraso.

Pessoas das classes A e B correspondem por 14% dos inadimplentes no Brasil, segundo a pesquisa.

A metade (50%) dos inadimplentes é casada, contra 36% de solteiros, 3% viúvos e 10% de separados.

Quatro em cada dez inadimplentes (37%) são funcionários de empresas privadas e, portanto, possuem previsibilidade de renda, seguido pelos autônomos (28%), desempregados (13%) e aposentados ou pensionistas (8%).

O SPC aponta que o mau uso do cartão de crédito é o principal responsável pela inadimplência dos brasileiros.

Seis em cada dez (57%) inadimplentes estão com faturas atrasadas no cartão, sendo que 46% se encontram com o nome sujo por conta dessa pendência não quitada.

Em segundo lugar no ranking de dívidas em atraso aparecem os cartões de loja, mencionados por 48% dos inadimplentes.

Mais da metade (51%) das dívidas dos inadimplentes está concentrada entre R$ 500 e R$ 2 mil, mas a média das dívidas em atraso dos inadimplentes brasileiro é de R$ 4.007,00.

A pesquisa, cujos resultados foram divulgados hoje, foi realizada pelo SPC e pelo portal "Meu Bolso Feliz', com 1.245 consumidores em todas as capitais.

São considerados inadimplentes os consumidores que declararam ter pelo menos uma conta com o pagamento atrasado há mais de 90 dias. A margem de erro é de no máximo 3,8 pontos porcentuais com uma margem de confiança de 95%.

A coleta de dados dos adimplentes foi realizada pela internet, de forma aleatória (sem cota para sexo, idade ou classe social), somando 639 pessoas.

Quanto aos inadimplentes, houve pesquisa pessoal nas proximidades das instituições de proteção ao crédito como SPC Brasil, Boa Vista e Serasa, de forma aleatória (sem cota para sexo, idade ou classe social), somando 606 pessoas nesta condição.

Acompanhe tudo sobre:ConsumidoresDívidas pessoaisInadimplênciaSPC

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor