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Aprovação de reformas no Congresso é baixa

Incontinência verbal do presidente da República cria descontentes em partidos que, mesmo de oposição, apoiaram as iniciativas legislativas mais importantes do governo até agora

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h36.

A aprovação da reforma da Previdência no final de 2003 deu a impressão de que o governo petista conseguiria progredir nas reformas estruturais necessárias para o avanço da economia brasileira. Mas, para analistas políticos, o governo deixa muito a desejar em produção legislativa, e recentes contratempos atrapalham ainda mais o desempenho junto ao Congresso.

Ao dizer que optou por não investigar denúncias de corrupção no governo anterior, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apenas conseguiu reduzir ainda mais sua margem de manobra para votações importantes no Congresso. Para Carlos Pio, professor de ciência política da Universidade de Brasília (UnB), a incontinência verbal do presidente da República cria descontentes em partidos que, mesmo de oposição, apoiaram as iniciativas legislativas mais importantes do governo até agora. "Tudo o que o governo conseguiu aprovar no Congresso, e não foi muito, veio com votos do PSDB e do PFL."

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Ainda assim, diz o analista, o dano político pode ser relativizado porque, no final das contas, a produção efetiva do governo Lula no Parlamento já era precária antes dos últimos percalços no relacionamento com a oposição. "As reformas tributária e daprevidênciapararam pela metade, e foram muito mudadas pelo Congresso", diz Pio.

O filósofo político Roberto Romano, da Universidade de Campinas (Unicamp), também levanta ressalvas quanto ao desempenho do governo Lula ao falar sobre a área econômica. "O governo não pode se fiar em um cenário apenas, mas é justamente isso que está fazendo", diz Romano. Em sua avaliação, o Brasil permanece extremamente dependente das oscilações da política econômica dos Estados Unidos. "Continuamos torcendo para que não aconteça uma confusão ou um desarranjo de grandes proporções na economia americana" (veja tambémreportagem de EXAME sobre as vulnerabilidades americanas).

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