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Solo adubado compensa recuo em vendas, diz Agroconsult

Produtores de grãos deverão reduzir levemente o uso de fertilizantes na nova safra, em meio a uma alta nos preços e a um calendário apertado para as compras

Fertilizante: consultoria estima que as vendas de fertilizantes fecharão o ano 2% abaixo do volume recorde de 2014 (.)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2015 às 16h57.

São Paulo - Produtores brasileiros de grãos deverão reduzir levemente o uso de fertilizantes na nova safra , em meio a uma alta nos preços e a um calendário apertado para as compras, mas o potencial de produtividade das lavouras será garantido por bons estoques de nutrientes no solo, mostram dados da consultoria Agroconsult.

A consultoria estima que as vendas de fertilizantes fecharão o ano 2 por cento abaixo do volume recorde de 2014.

"O problema é calendário. Apesar das dificuldades, não havia intenção de redução de tecnologia, mas a execução desse plano (de aquisições) foi tardia", disse o sócio da Agroconsult Cleber Vieira, especialista do setor de fertilizantes.

As vendas e as entregas de fertilizantes foram lentas no primeiro semestre, com produtores rurais retraídos por um aperto nos financiamentos e preços mais altos, principalmente de produtos importados influenciados pela alta do dólar, como é o caso das matérias-primas dos adubos.

O preço dos fertilizantes em real subiu 40 por cento em média em 2015 na comparação com 2014, estimou a Agroconsult.

Até o final de julho o volume entregue pelas indústria aos agricultores estava 7,7 por cento abaixo do mesmo período de 2014, de acordo com dados do setor.

Segundo Vieira, as vendas de fertilizantes estão aquecidas neste momento que antecede o plantio da safra 2015/16 de soja e milho --culturas que recebem os maiores volumes de fertilizantes--, mas não haverá tempo para recuperar todo o atraso.

"Não dá para entregar adubo em novembro e dezembro, porque o plantio já ocorreu", destacou o analista.

Ainda assim, o menor uso de fertilizantes não deve ser um limitador para as produtividades das lavouras.

A Agroconsult coletou amostras de solo em plantações de soja e milho durante a safra 2014/15, e 70 por cento dessas amostram apresentaram teores médios ou altos dos principais nutrientes.

"O teor da maioria das amostras mostrou que é possível o produtor reduzir a adubação média (em 2015/16) sem reduzir a produtividade", destacou Vieira.

A Agroconsult deverá divulgar nas próximas semanas uma estimativa atualizada de produção da safra 2015/16.

Nesta sexta-feira, o respeitado Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reafirmou sua projeção de que o Brasil colherá um recorde de 97 milhões de toneladas de soja em 2015/16.

PRÓXIMO ANO

Após um 2015 de menor uso de fertilizantes, a tendência é de reaquecimento do mercado em 2016, inclusive para que os estoques de nutrientes do solo sejam repostos, projetou o Vieira.

"O produtor talvez não tenha a mesma possibilidade de manter uma adubação média", disse o analista, referindo-se à preparação para a safra 2016/17, que ocorrerá ao longo do próximo ano.

Outro fator que deve elevar as vendas de fertilizantes no próximo ano é o plantio de uma grande segunda safra de milho, no primeiro semestre, disse ele, preferindo não fazer uma projeção percentual para a alta.

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São Paulo - Produtores brasileiros de grãos deverão reduzir levemente o uso de fertilizantes na nova safra , em meio a uma alta nos preços e a um calendário apertado para as compras, mas o potencial de produtividade das lavouras será garantido por bons estoques de nutrientes no solo, mostram dados da consultoria Agroconsult.

A consultoria estima que as vendas de fertilizantes fecharão o ano 2 por cento abaixo do volume recorde de 2014.

"O problema é calendário. Apesar das dificuldades, não havia intenção de redução de tecnologia, mas a execução desse plano (de aquisições) foi tardia", disse o sócio da Agroconsult Cleber Vieira, especialista do setor de fertilizantes.

As vendas e as entregas de fertilizantes foram lentas no primeiro semestre, com produtores rurais retraídos por um aperto nos financiamentos e preços mais altos, principalmente de produtos importados influenciados pela alta do dólar, como é o caso das matérias-primas dos adubos.

O preço dos fertilizantes em real subiu 40 por cento em média em 2015 na comparação com 2014, estimou a Agroconsult.

Até o final de julho o volume entregue pelas indústria aos agricultores estava 7,7 por cento abaixo do mesmo período de 2014, de acordo com dados do setor.

Segundo Vieira, as vendas de fertilizantes estão aquecidas neste momento que antecede o plantio da safra 2015/16 de soja e milho --culturas que recebem os maiores volumes de fertilizantes--, mas não haverá tempo para recuperar todo o atraso.

"Não dá para entregar adubo em novembro e dezembro, porque o plantio já ocorreu", destacou o analista.

Ainda assim, o menor uso de fertilizantes não deve ser um limitador para as produtividades das lavouras.

A Agroconsult coletou amostras de solo em plantações de soja e milho durante a safra 2014/15, e 70 por cento dessas amostram apresentaram teores médios ou altos dos principais nutrientes.

"O teor da maioria das amostras mostrou que é possível o produtor reduzir a adubação média (em 2015/16) sem reduzir a produtividade", destacou Vieira.

A Agroconsult deverá divulgar nas próximas semanas uma estimativa atualizada de produção da safra 2015/16.

Nesta sexta-feira, o respeitado Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reafirmou sua projeção de que o Brasil colherá um recorde de 97 milhões de toneladas de soja em 2015/16.

PRÓXIMO ANO

Após um 2015 de menor uso de fertilizantes, a tendência é de reaquecimento do mercado em 2016, inclusive para que os estoques de nutrientes do solo sejam repostos, projetou o Vieira.

"O produtor talvez não tenha a mesma possibilidade de manter uma adubação média", disse o analista, referindo-se à preparação para a safra 2016/17, que ocorrerá ao longo do próximo ano.

Outro fator que deve elevar as vendas de fertilizantes no próximo ano é o plantio de uma grande segunda safra de milho, no primeiro semestre, disse ele, preferindo não fazer uma projeção percentual para a alta.

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