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Só 31% dos brasileiros se sentem financeiramente seguros

Levantamento do Boston Consulting Group mostra que brasileiro quer gastar menos e não espera melhora econômica por enquanto, apesar do otimismo com o futuro

Produtos orgânicos em supermercado: mercado é destaque nos emergentes (Antonio Milena/EXAME)

João Pedro Caleiro

Publicado em 30 de novembro de 2013 às 14h46.

São Paulo - O brasileiro tem paz de espírito, está otimista com o futuro e quer menos luxo e mais qualidade. Ao mesmo tempo, não se sente seguro financeiramente e pretende cortar gastos.

Esta é a radiografia feita por uma pesquisa divulgada esta semana pela consultoria de mercado Boston Consulting Group .

Os números refletem uma piora nas expectativas em relação ao ano passado. Os que acreditam que a economia vai melhorar nos próximos 12 meses se tornaram minoria: passaram de 56% em 2012 para 44% em 2013.

Uma queda semelhante foi verificada na China, de 49% para 37%.

Só 31% dos brasileiros se sentem "financialmente seguros", abaixo das taxas registradas nos países desenvolvidos (35%), africanos (38%) e na Índia (73%).

Ainda assim, nosso índice de "paz de espírito" não foi afetado: continua em 77% desde o ano passado.


Consumo

A vontade de consumir também não esfriou: 62% se identificam com a frase "todo ano, há mais coisas que eu quero comprar".

No entanto, prevalece uma postura mais austera: 66% dos brasileiros pretendem cortar gastos nos próximos 12 meses, pulo de 10 pontos percentuais em relação ao ano passado. Só 17% pretender gastar mais, contra 25% em 2012.

Alguns tipos de produtos, no entanto, escapam do pessimismo. Praticamente metade dos consumidores pretendem gastar mais com comidas frescas e vegetais, uma tendência que também se repete na China e na Índia.

Futuro

73% dos brasileiros se dizem otimistas com o futuro, um número que fica em 48% nos desenvolvidos e atinge 98% em países africanos como Nigéria.

De forma até paradoxal, só 41% acreditam que “a geração que vem aí terá uma vida melhor que a minha”, abaixo dos 69% de Índia e China mas acima dos meros 14% registrados em países desenvolvidos.


Os habitantes de economias avançadas também estão mais ansiosos com o futuro (59%) do que os brasileiros (39%).

A previsão do BCG é que o mercado de consumo do Brasil vai chegar a R$ 1,6 trilhão de dólares em 2020. O aumento da classe média deverá alavancar especialmente os setores de educação privada, viagens e de serviços financeiros e pessoais.

Na China, a classe média vai dobrar para meio bilhão de pessoas até o final da década de 2030. Já o consumo dos indianos deve triplicar só entre 2010 e 2020.

Marcas

Um outro dado curioso da pesquisa do BCG é que 40% dos brasileiros concordam com a afirmação que "marcas dizem algo sobre quem eu sou, meus valores e onde me encaixo”.

É o dobro da taxa em países desenvolvidos e a metade dos 80% registrados em países africanos como Quênia, Nigeria, África do Sul.

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São Paulo - O brasileiro tem paz de espírito, está otimista com o futuro e quer menos luxo e mais qualidade. Ao mesmo tempo, não se sente seguro financeiramente e pretende cortar gastos.

Esta é a radiografia feita por uma pesquisa divulgada esta semana pela consultoria de mercado Boston Consulting Group .

Os números refletem uma piora nas expectativas em relação ao ano passado. Os que acreditam que a economia vai melhorar nos próximos 12 meses se tornaram minoria: passaram de 56% em 2012 para 44% em 2013.

Uma queda semelhante foi verificada na China, de 49% para 37%.

Só 31% dos brasileiros se sentem "financialmente seguros", abaixo das taxas registradas nos países desenvolvidos (35%), africanos (38%) e na Índia (73%).

Ainda assim, nosso índice de "paz de espírito" não foi afetado: continua em 77% desde o ano passado.


Consumo

A vontade de consumir também não esfriou: 62% se identificam com a frase "todo ano, há mais coisas que eu quero comprar".

No entanto, prevalece uma postura mais austera: 66% dos brasileiros pretendem cortar gastos nos próximos 12 meses, pulo de 10 pontos percentuais em relação ao ano passado. Só 17% pretender gastar mais, contra 25% em 2012.

Alguns tipos de produtos, no entanto, escapam do pessimismo. Praticamente metade dos consumidores pretendem gastar mais com comidas frescas e vegetais, uma tendência que também se repete na China e na Índia.

Futuro

73% dos brasileiros se dizem otimistas com o futuro, um número que fica em 48% nos desenvolvidos e atinge 98% em países africanos como Nigéria.

De forma até paradoxal, só 41% acreditam que “a geração que vem aí terá uma vida melhor que a minha”, abaixo dos 69% de Índia e China mas acima dos meros 14% registrados em países desenvolvidos.


Os habitantes de economias avançadas também estão mais ansiosos com o futuro (59%) do que os brasileiros (39%).

A previsão do BCG é que o mercado de consumo do Brasil vai chegar a R$ 1,6 trilhão de dólares em 2020. O aumento da classe média deverá alavancar especialmente os setores de educação privada, viagens e de serviços financeiros e pessoais.

Na China, a classe média vai dobrar para meio bilhão de pessoas até o final da década de 2030. Já o consumo dos indianos deve triplicar só entre 2010 e 2020.

Marcas

Um outro dado curioso da pesquisa do BCG é que 40% dos brasileiros concordam com a afirmação que "marcas dizem algo sobre quem eu sou, meus valores e onde me encaixo”.

É o dobro da taxa em países desenvolvidos e a metade dos 80% registrados em países africanos como Quênia, Nigeria, África do Sul.

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