Economia

Setor público tem superávit primário de R$6,188bi em outubro

Resultado ficou abaixo do esperado pelo mercado, de superávit de 9,75 bilhões de reais, segundo pesquisa


	Dinheiro: em 12 meses até outubro, a economia feita para pagamento de juros foi equivalente a 1,44% do Produto Interno Bruto
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Dinheiro: em 12 meses até outubro, a economia feita para pagamento de juros foi equivalente a 1,44% do Produto Interno Bruto (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 29 de novembro de 2013 às 10h29.

Brasília - O setor público brasileiro registrou superávit primário de 6,188 bilhões de reais em outubro, pior resultado para esses meses e muito aquém das expectativas, piorando ainda mais o cenário fiscal do país e colocando o cumprimento da meta ajustada para o ano cada vez mais longe.

A economia para pagamento de juros, divulgada nesta sexta-feira pelo Banco Central, ficou abaixo do esperado pelo mercado em pesquisa Reuters, de saldo positivo de 9,75 bilhões de reais.

Em 12 meses até outubro, o primário foi equivalente a 1,44 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), longe dos 2,3 por cento da meta ajustada para 2013.

O BC informou ainda que o déficit nominal --receitas menos despesas, incluindo pagamento de juros-- ficou em 11,528 bilhões de reais no mês passado, também recorde para outubro e pior que o esperado (8 bilhões de reais), enquanto a dívida pública subiu a 35,1 por cento do PIB, acima dos 35 por cento de setembro.

O governo central --governo federal, Previdência e Banco Central-- registrou superávit primário de 5,257 bilhões de reais em outubro, os Estados e municípios fizeram economia de 694 milhões de reais, enquanto as estatais tiveram primário de 238 milhões de reais.

O próprio governo já deu sinais reconhecendo que a meta ajustada não será alcançada. Na terça-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o governo central entregará superávit primário neste ano de 73 bilhões de reais e que o restante da meta dependerá do desempenho de Estados e municípios, que devem registrar primário de 23 bilhões a 26 bilhões de reais.

Com isso, e levando em consideração que o governo central faria primário de 73 bilhões de reais, o resultado ficaria abaixo de 100 bilhões de reais da meta ajustada.

Para novembro, a perspectiva é melhor devido a receitas extraordinárias, como o pagamento de 15 bilhões de reais com o bônus do leilão do campo de Libra e o Refis. A Vale, por exemplo, já anunciou que vai aderir ao programa de refinanciamento de dívidas, o que implicará no pagamento de 5,965 bilhões de reais no fim deste mês para a Receita Federal.

Atualizado às 11h29

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