Economia

Setor privado palestino é refém, diz Banco Mundial

O setor privado palestino é refém da instabilidade política, do conflito e de restrições israelenses, denuncia o Banco Mundial


	Família palestina caminha diante de edifício destruído na Faixa de Gaza
 (Roberto Schmidt/AFP)

Família palestina caminha diante de edifício destruído na Faixa de Gaza (Roberto Schmidt/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2014 às 10h50.

Jerusalém - O setor privado palestino é refém da instabilidade política, do conflito e das constantes restrições impostas por Israel ao movimento e ao comércio, denunciou um relatório do Banco Mundial divulgado nesta quinta-feira.

"É necessário com urgência um setor privado ativo para promover o progresso econômico e social nos territórios palestinos que já sofrem com a redução de receita e um crescente desemprego", ressaltou o diretor do Banco Mundial para Cisjordânia e Gaza, Steen Jorgensen.

O organismo diz ter "evidências empíricas" de que a instabilidade política resultante do conflito, o controle militar, a violência, a divisão política e a falta de liberdade de movimentos e acesso aos recursos e mercados continuam a ser os principais impedimentos ao desenvolvimento econômico.

E ressalta que o setor privado palestino continua majoritariamente relegado a pequenas empresas que operam com investimentos de baixo capital em um mercado doméstico fragmentado e em circunstâncias de relativo isolamento da economia global.

Dados sobre companhias analisadas em 2006 e posteriormente em 2013 revelam que não se produziu um crescimento no capital de investimento e de geração de emprego devido à incerteza derivada do conflito e a fragmentação.

O Banco Mundial atribui grande parte da culpa ao controle que Israel exerce sobre o movimento de pessoas e produtos palestinos, que impede o negócio e o comércio, e afirmou que em Gaza as exportações são praticamente poucas e quando são permitidas muitas vezes se atrasam consideravelmente.

Ao mesmo tempo, o relatório afirmou que a Autoridade Nacional Palestina (ANP) deve fazer mais para melhorar a situação do setor privado e recomenda que unifique a legislação nesta matéria nos territórios da Cisjordânia e de Gaza, ainda controlados por diferentes atores apesar do acordo de reconciliação assinado há meses.

Apesar de tudo, o documento destacou sinais positivos em setores como tecnologia da informação e farmacêutico, e ressaltou que existe uma cada vez mais plausível atmosfera de empreendedores nestes terrenos, que nos últimos anos atraíram investimentos estrangeiros diretos.

"Apesar da instabilidade política representar o principal impedimento aos investimentos e ao negócio, é crucial identificar vias para melhorar os aspectos do clima de negócio no curto prazo", conclui Nabila Assaf, responsável do Banco Mundial para o desenvolvimento do setor privado e principal autora do relatório.

Acompanhe tudo sobre:Conflito árabe-israelenseFaixa de GazaIsraelPalestinaViolência política

Mais de Economia

Governo avalia mudança na regra de reajuste do salário mínimo em pacote de revisão de gastos

Haddad diz estar pronto para anunciar medidas de corte de gastos e decisão depende de Lula

Pagamento do 13º salário deve injetar R$ 321,4 bi na economia do país este ano, estima Dieese

Haddad se reúne hoje com Lira para discutir pacote de corte de gastos