O setor de telecomunicações foi o que mais recebeu investimentos estrangeiros diretos em 2002, de acordo com os números do setor externo divulgados na última semana pelo Banco Central. Os investimentos líquidos diretos somaram 3,02 bilhões de dólares - o equivalente a cerca de 20% do total de 14,08 bilhões de dólares em investimentos externos líquidos no país.

Em 2001, o setor também liderou os investimentos estrangeiros e recebeu, líquidos, 4,13 bilhões de dólares. Tanto em 2001 quanto em 2002, o resultado foi impulsionado por leilões de telefonia celular promovidos pelo governo. Em 2001, a italiana TIM arrematou licenças no valor de 622 milhões de dólares. Em novembro do ano passado foi a vez de o consórcio mexicano-americano Américas Telecom pagar 280 milhões de dólares aos cofres do governo.

Em 2002, capital bruto de investimentos no setor foi de 4,166 bilhões de dólares (feito em participações no capital de companhias brasileiras), mais 1,27 bilhão em empréstimos intercompanhias (das matrizes para as filiais brasileiras).

Os descontos foram de 204 milhões de dólares, o equivalente ao retorno dos investimentos em participação no capital de subsidiárias brasileiras; e 1,957 bilhão de pagamentos por parte das empresas brasileiras às suas matrizes internacionais.

Depois do setor de telecomunicações, o de bebidas e alimentos foi o que mais recebeu investimentos (1,87 bilhão de dólares), seguido do setor de fabricantes e montadoras de veículos (1,81 bilhão) e do setor de produtos químicos (1,57 bilhão).