Economia

Setor de serviços recua 5% em março, queda acima do esperado

Segundo dados divulgados pelo IBGE, em relação a fevereiro, o volume do setor caiu 2,3 por cento

Serviços: segundo dados divulgados pelo IBGE, em relação a fevereiro, o volume do setor caiu 2,3 por cento (iStock/Thinkstock)

Serviços: segundo dados divulgados pelo IBGE, em relação a fevereiro, o volume do setor caiu 2,3 por cento (iStock/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 12 de maio de 2017 às 09h09.

Última atualização em 12 de maio de 2017 às 09h36.

São Paulo - O setor de serviços do Brasil contraiu mais do que o esperado em março, no pior resultado em cinco anos, com perdas generalizadas entre as atividades que indicam que a economia tem sofrido para recuperar-se de dois anos seguidos de recessão.

O volume de serviços em março apresentou queda de 2,3 por cento sobre o mês anterior, anulando a alta de 0,4 por cento em fevereiro e a estabilidade de janeiro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.

Trata-se da maior queda desde o início da série, em 2012, e bem pior do que a expectativa de recuo de 1,6 por cento em pesquisa da Reuters. O resultado interrompeu quatro meses seguidos de ganhos ou estabilidade.

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a contração foi de 5 por cento no volume, também pior que o recuo de 3,8 por cento esperado.

Os números do IBGE mostram que em março, na comparaçãomensal, os segmentos de Serviços prestados às famílias e outros serviços apresentaram as piores perdas, respectivamente de 2,1 e 1,2 por cento.

Já o agregado especial das Atividades turísticas teve aumento de 0,9 por cento na comparação com fevereiro.

No primeiro trimestre, o setor de serviços não mostrou recuperação, ao ficar estável sobre o três últimos meses de 2016, que já havia recuado 2,7 por cento.

"O ritmo irregular de crescimento das vendas no varejo no início deste ano está alinhado com a nossa visão de que a economia poderá recuperar-se em um ritmo gradual devido às fracas condições econômicas, limitando um pouco o crescimento do consumo", disseram em nota economistas do Mitsubishi UFJ Financial Group, citando o desemprego e o significativo endividamento das famílias.

O desemprego elevado afeta o setor de serviços apesar da desaceleração da inflação. O Brasil fechou o primeiro trimestre com mais de 14 milhões de pessoas sem emprego.

Alguns indicadores já envolvendo o segundo trimestre têm mostrado que a recuperação pode não estar vindo. Em abril, o Índice de Confiança de Serviços (ICS) apurado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) interrompeu série de três altas e recuou, sinalizando ajuste na avaliação do setor sobre as condições de negócios.

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