Serviços têm alta em dezembro, mas fecham 2018 com 4ª queda seguida
Informação foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística nesta quinta-feira
Reuters
Publicado em 14 de fevereiro de 2019 às 09h15.
Última atualização em 14 de fevereiro de 2019 às 11h19.
São Paulo — O volume de serviços do Brasil surpreendeu e avançou em dezembro, mas ainda assim recuou em 2018 e registrou o quarto ano seguido de perdas, com destaque para a queda na atividades de serviços profissionais e administrativos.
Em dezembro, o volume registrou avanço de 0,2 por cento na comparação com o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.
Na comparação com o mesmo período do ano anterior, houve queda de 0,2 por cento. As expectativas em pesquisa da Reuters eram de recuos de 0,1 por cento na comparação mensal e de 0,8 por cento na base anual.
No ano passado, o setor de serviços do Brasil apresentou recuo de 0,1 por cento, após quedas de 2,8 por cento em 2017 e de 5 e 3,6 por cento respectivamente em 2016 e 2015. As perdas acumuladas nesse período foram de 11,1 por cento.
O setor de serviços vai na contramão dos resultados da indústria e do varejo, que cresceram em 2018, em um ano que foi marcado por uma recuperação morna da economia e pela greve dos caminhoneiros, em meio à recuperação lenta do mercado de trabalho.
No ano passado, o destaque foi a perda de 1,9 por cento em serviços profissionais, administrativos e complementares, pressionados segundo o IBGE pela retração na receita vinda dos segmentos de atividades de cobranças e informações cadastrais, de soluções de pagamentos eletrônicos, de serviços de engenharia e de vigilância e segurança privada.
Segundo o gerente da pesquisa no IBGE, Rodrigo Lobo, esse resultado "tem a ver com o momento desfavorável da economia como um todo, já que em uma contenção de gastos as empresas costumam dispensar esse tipo de serviço".
A outra atividade a apresentar perdas em 2018 foi a de serviços de informação e comunicação, de 0,5 por cento, diante da menor receita recebida pelas empresas do ramo de telecomunicações.
Em dezembro, por sua vez, apenas o ramo de serviços de informação e comunicação cresceu na comparação com o mês anterior, a uma taxa de 0,2 por cento.
A persistência do cenário de inflação e juros baixos tende a estimular o consumo e deve ajudar neste ano o setor de serviços, cuja confiança apurada pela Fundação Getulio Vargas (FGV) mostrou alta em janeiro, e a economia como um todo.