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Setor automotivo terá dificuldade para atingir metas

Nos cinco primeiros meses do ano, as vendas de veículos novos no Brasil somaram 1,36 milhão de unidades, uma queda de 4,8 por cento

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 6 de junho de 2012 às 16h42.

São Paulo - As montadoras instaladas no Brasil encaram o segundo semestre com otimismo, mas a associação que representa o setor reconhece que será "complicado" obter um nível de vendas no restante do ano suficiente para pelo menos igualar o volume de licenciamentos recorde do ano passado.

Nos cinco primeiros meses do ano, as vendas de veículos novos no Brasil somaram 1,36 milhão de unidades, uma queda de 4,8 por cento sobre o mesmo período do ano passado.

Para conseguir se equiparar ao recorde de vendas de 3,6 milhões de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus do ano passado, o setor terá que ter vendas de cerca de 324 mil unidades por mês entre junho e dezembro, nível não visto ainda neste ano e superado apenas duas vezes em 2011, nos meses de agosto e dezembro.

"Recuperar essa queda em sete meses é complicado", disse nesta quarta-feira o presidente da associação dos fabricantes de veículos, Anfavea, Cledorvino Belini. "É complicado, mas não impossível."

Por enquanto, a Anfavea, que já informou que deve rever suas projeções de crescimento do mercado interno em julho, trabalha com expectativa de expansão de 4 a 5 por cento nas vendas em 2012, para entre 3,77 milhões e 3,81 milhões de unidades.

Segundo Belini, também presidente do grupo Fiat para a América Latina, a expectativa do setor é que a queda de 4 pontos percentuais nos juros promovida pelo governo desde agosto passado tenha efeito sobre as vendas de veículos nos próximos meses.


Isso pode evitar a necessidade de uma prorrogação na medida adotada em maio, que reduziu o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de veículos até o fim de agosto.

"Não estamos considerando prorrogação do (corte) do IPI, consideramos que a economia vai crescer e que isso vai impulsionar o consumo", disse Belini.

Ele afirmou esperar que o impulso econômico decorrente dos juros menores seja suficiente para o setor driblar uma eventual queda de vendas após agosto, diante da antecipação de compras por consumidores que estão aproveitando o desconto no tributo desde o fim de maio.

Estoque ainda alto

Além do corte do IPI, o Banco Central liberou 18 bilhões de reais em depósitos compulsórios de bancos para financiamento de veículos.

As medidas foram tomadas depois que os estoques de veículos novos alcançaram em abril o maior nível desde novembro de 2008, auge da crise econômica e financeira global deflagrada pela quebra do Lehman Brothers.

Em maio, os estoques se mantiveram equivalentes aos 43 dias de vendas de abril, mas avançaram em unidades de 366.500 para 409.480 unidades.

Segundo Belini, o nível elevado de estoque pode causar ajustes no nível de emprego "em alguma montadora, pontualmente, mas vejo o setor como um todo com otimismo (...) O estoque no início de junho está abaixo de 40 dias".

Nesta quarta-feira, o sindicato dos metalúrgicos de São José dos Campos (SP) afirmou que a General Motors abriu programa de demissão voluntária na fábrica que produz a picape S10, um veículo comercial leve. O segmento acumula queda anual na produção de 15 por cento de janeiro a maio, enquanto o de automóveis mostra retração de 6,2 por cento.


Belini informou que nível de emprego que mais tem sofrido com a fraqueza do mercado é no setor de caminhões.

Nos cinco primeiros meses do ano, a produção de caminhões despencou 32,8 por cento em meio à mudança no regime de emissões de poluentes --que exige motores mais limpos, porém mais caros-- e à lentidão da economia, que no primeiro trimestre cresceu apenas 0,2 por cento sobre os três últimos meses de 2011.

O presidente da Anfavea não informou nível de ocupação de capacidade produtiva no segmento de caminhões, mas disse que em toda a indústria automotiva a taxa está entre 70 e 75 por cento. O setor no Brasil tem capacidade para produzir entre 4,3 milhões e 4,5 milhões de veículos.

Junho melhor

As vendas de veículos em maio tiveram alta mensal de 11,5 por cento, para 287,5 mil unidades, apoiadas mais dias úteis que pelos efeitos das medidas de estímulo do governo.

A expectativa de Belini é que as vendas de junho, que tem dois dias úteis a menos que maio, registrem melhora na comparação mensal, com base nos emplacamentos do início deste mês.

Segundo ele, após grande parte das montadoras resolverem problemas burocráticos para refazer notas fiscais com preços menores provocados pelo corte do IPI, os licenciamentos em 31 de maio foram de 18,5 mil veículos ante 7,2 mil no dia 28. Já na terça-feira, o setor registrou emplacamentos de 17,7 mil veículos.

Na terça-feira, o presidente da associação de concessionárias, Fenabrave, Flávio Meneghetti, afirmou que espera uma média de vendas por dia útil de 13,5 mil unidades em junho, nível 8 por cento acima do verificado em maio.

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Nos cinco primeiros meses do ano, as vendas de veículos novos no Brasil somaram 1,36 milhão de unidades, uma queda de 4,8 por cento sobre o mesmo período do ano passado.

Para conseguir se equiparar ao recorde de vendas de 3,6 milhões de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus do ano passado, o setor terá que ter vendas de cerca de 324 mil unidades por mês entre junho e dezembro, nível não visto ainda neste ano e superado apenas duas vezes em 2011, nos meses de agosto e dezembro.

"Recuperar essa queda em sete meses é complicado", disse nesta quarta-feira o presidente da associação dos fabricantes de veículos, Anfavea, Cledorvino Belini. "É complicado, mas não impossível."

Por enquanto, a Anfavea, que já informou que deve rever suas projeções de crescimento do mercado interno em julho, trabalha com expectativa de expansão de 4 a 5 por cento nas vendas em 2012, para entre 3,77 milhões e 3,81 milhões de unidades.

Segundo Belini, também presidente do grupo Fiat para a América Latina, a expectativa do setor é que a queda de 4 pontos percentuais nos juros promovida pelo governo desde agosto passado tenha efeito sobre as vendas de veículos nos próximos meses.


Isso pode evitar a necessidade de uma prorrogação na medida adotada em maio, que reduziu o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de veículos até o fim de agosto.

"Não estamos considerando prorrogação do (corte) do IPI, consideramos que a economia vai crescer e que isso vai impulsionar o consumo", disse Belini.

Ele afirmou esperar que o impulso econômico decorrente dos juros menores seja suficiente para o setor driblar uma eventual queda de vendas após agosto, diante da antecipação de compras por consumidores que estão aproveitando o desconto no tributo desde o fim de maio.

Estoque ainda alto

Além do corte do IPI, o Banco Central liberou 18 bilhões de reais em depósitos compulsórios de bancos para financiamento de veículos.

As medidas foram tomadas depois que os estoques de veículos novos alcançaram em abril o maior nível desde novembro de 2008, auge da crise econômica e financeira global deflagrada pela quebra do Lehman Brothers.

Em maio, os estoques se mantiveram equivalentes aos 43 dias de vendas de abril, mas avançaram em unidades de 366.500 para 409.480 unidades.

Segundo Belini, o nível elevado de estoque pode causar ajustes no nível de emprego "em alguma montadora, pontualmente, mas vejo o setor como um todo com otimismo (...) O estoque no início de junho está abaixo de 40 dias".

Nesta quarta-feira, o sindicato dos metalúrgicos de São José dos Campos (SP) afirmou que a General Motors abriu programa de demissão voluntária na fábrica que produz a picape S10, um veículo comercial leve. O segmento acumula queda anual na produção de 15 por cento de janeiro a maio, enquanto o de automóveis mostra retração de 6,2 por cento.


Belini informou que nível de emprego que mais tem sofrido com a fraqueza do mercado é no setor de caminhões.

Nos cinco primeiros meses do ano, a produção de caminhões despencou 32,8 por cento em meio à mudança no regime de emissões de poluentes --que exige motores mais limpos, porém mais caros-- e à lentidão da economia, que no primeiro trimestre cresceu apenas 0,2 por cento sobre os três últimos meses de 2011.

O presidente da Anfavea não informou nível de ocupação de capacidade produtiva no segmento de caminhões, mas disse que em toda a indústria automotiva a taxa está entre 70 e 75 por cento. O setor no Brasil tem capacidade para produzir entre 4,3 milhões e 4,5 milhões de veículos.

Junho melhor

As vendas de veículos em maio tiveram alta mensal de 11,5 por cento, para 287,5 mil unidades, apoiadas mais dias úteis que pelos efeitos das medidas de estímulo do governo.

A expectativa de Belini é que as vendas de junho, que tem dois dias úteis a menos que maio, registrem melhora na comparação mensal, com base nos emplacamentos do início deste mês.

Segundo ele, após grande parte das montadoras resolverem problemas burocráticos para refazer notas fiscais com preços menores provocados pelo corte do IPI, os licenciamentos em 31 de maio foram de 18,5 mil veículos ante 7,2 mil no dia 28. Já na terça-feira, o setor registrou emplacamentos de 17,7 mil veículos.

Na terça-feira, o presidente da associação de concessionárias, Fenabrave, Flávio Meneghetti, afirmou que espera uma média de vendas por dia útil de 13,5 mil unidades em junho, nível 8 por cento acima do verificado em maio.

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