Economia

Servidores do BC aprovam continuidade da greve por tempo indeterminado

O governo deve decidir sobre o reajuste dos funcionários públicos federais até o dia 22 e a tendência é dar um aumento linear de 5%

Banco Central (Ueslei Marcelino/Reuters)

Banco Central (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de maio de 2022 às 18h29.

Última atualização em 10 de maio de 2022 às 18h31.

Os servidores do Banco Central (BC) decidiram manter a greve por tempo indeterminado em assembleia na tarde desta terça-feira, 10. Segundo o presidente do Sindicato Nacional de Funcionários do BC (Sinal), Fábio Faiad, a manutenção da paralisação foi aprovada por ampla maioria e deve-se à ausência de mesa de negociação com o governo.

Entenda como os julgamentos do STF afetam seus investimentos. Assine a EXAME.

Conforme apurou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o governo deve decidir sobre o reajuste dos funcionários públicos federais até o dia 22 e a tendência é dar um aumento linear de 5%, o que os sindicatos, inclusive o Sinal, consideram insuficiente. A categoria pede recomposição salarial de 27%, além de pautas de reestruturação de carreira.

"Até o momento, não há nenhuma reunião marcada com o governo ou com o Roberto Campos Neto (presidente do BC), apesar de nossos diversos pleitos nesse sentido", disse Faiad.

Na opinião do Sinal, o Comitê de Estabilidade Financeira (Comef) não é atividade essencial pela lei da greve. O Comef está marcado para o dia 26 de maio. "Logo, vamos batalhar para que não haja a realização do Comef. Ou, se houver, que seja adiado e com escopo bastante reduzido."

A greve dos servidores do BC foi iniciada no dia 1º de abril. De 20 de abril a 2 de maio, a categoria fez uma trégua, como um "voto de confiança" no presidente do BC e na tentativa de avançar nas negociações do governo. Mas, sem novidades, retomou a paralisação no dia 3 de maio.

LEIA TAMBÉM: Projeto que amplia teto do Simples pode ser votado em comissão em junho

Com a greve, estão suspensos os boletins e divulgações regulares do BC, como o Boletim Focus, os dados do fluxo cambial e as estatísticas fiscais, de crédito e do setor externo. Há também atrasos na divulgação da taxa Ptax diária, o que deixa o mercado financeiro em constante atenção. Já o Pix e o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) estão em operação.

Pix

O Sinal ainda repudiou nesta terça-feira o que classificou como "uso eleitoral do Pix". O presidente Jair Bolsonaro tem destacado a ferramenta como um dos projetos de seu governo.

"Tal sistema de pagamento instantâneo foi criado e implementado pelos Analistas e Técnicos do Banco Central do Brasil - ou seja, por servidores concursados de Estado, não pelo atual governante ou por qualquer outro governo."

O sindicato destaca que a portaria que instituiu o grupo de trabalho para desenvolver a ferramenta é de maio de 2018, anterior à eleição do presidente Jair Bolsonaro. "Outra coisa: não se tem notícia de qualquer referência ao Pix no programa eleitoral entregue em 2018 pelo então candidato Jair Bolsonaro ao Tribunal Superior Eleitoral."

Além disso, o presidente do Sinal ainda destacou que governos anteriores já atuaram contra a autonomia técnica do BC e que a administração atual "criou obstáculos" para implementação do Pix e de outros projetos com a redução do orçamento da autarquia, por exemplo.

(Estadão Conteudo)

LEIA TAMBÉM: Empresa com nome sujo? Governo de SP tem R$ 100 mi em crédito a juro zero

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralGreves

Mais de Economia

Reforma tributária: videocast debate os efeitos da regulamentação para o agronegócio

Análise: O pacote fiscal passou. Mas ficou o mal-estar

Amazon, Huawei, Samsung: quais são as 10 empresas que mais investem em política industrial no mundo?

Economia de baixa altitude: China lidera com inovação