Economia

Sem mudança, país pode perder grau de investimento, diz FGV

Coordenadora técnica do Boletim Macro do Ibre/FGV defende que a política fiscal é o calcanhar de aquiles da economia neste momento


	Dilma: segundo a economista, cenário para 2015 é otimista, mas com restrições
 (Ricardo Moraes/Reuters)

Dilma: segundo a economista, cenário para 2015 é otimista, mas com restrições (Ricardo Moraes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 27 de outubro de 2014 às 16h47.

Rio - Ainda existe espaço para que o governo da presidente reeleita Dilma Rousseff resgate sua credibilidade, sobretudo promovendo um ajuste na política fiscal, afirmou Silvia Matos, coordenadora técnica do Boletim Macro do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), nesta segunda-feira, 27.

A economista acredita que Dilma promoverá sim as mudanças que sinalizou.

Segundo a economista, o cenário para 2015 é otimista, mas com restrições.

"A gente já sabia que mesmo que a oposição vencesse seria um ano difícil por ser um ano de ajuste", lembrou.

"O risco de perder o grau de investimento está tão grande que sabemos que vai ocorrer uma mudança."

Segundo ela, é possível esperar uma política monetária mais apertada, pelo menos o suficiente para resgatar a credibilidade do Banco Central.

Mas também é necessário aumentar o superávit primário e cuidar da questão dos bancos públicos, que já não teriam espaço para muita exposição.

Silvia defende que a política fiscal é o calcanhar de aquiles da economia neste momento. "A deterioração é muito séria. A dinâmica da dívida é muito desfavorável", alertou.

A nomeação de Nelson Barbosa como ministro da Fazenda seria um passo bem recebido pelo mercado, já que ele tem mostrado uma visão afinada com algumas questões da oposição, defendeu a economista.

Barbosa, que foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda de 2011 a 2013, atualmente, é colega de Silvia no Ibre/FGV, onde atua como pesquisador.

"Ele tem pontuado questões mais relevantes. Alguém da Fazenda que tenha preocupação com a política fiscal é muito importante. É uma pessoa que também tem mais trâmite com investidores e com o mercado", citou a coordenadora do Boletim Macro.

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