Rogério Marinho, secretário-especial da Previdência (Ricardo Moraes/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 2 de abril de 2019 às 12h16.
Última atualização em 2 de abril de 2019 às 16h27.
Brasília — O secretário especial de Previdência, Rogério Marinho, afirmou nesta terça-feira, 2, após reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e deputados PSD, que o governo continuará defendendo os pontos apresentados pelo Executivo no projeto de reforma da Previdência.
Questionado se o governo concordava em retirar da proposta o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e a aposentadoria rural, Marinho afirmou que os parlamentares dirão qual será o texto da Previdência.
"Se a maioria dos deputados defender, BPC e rural serão suprimidos", acrescentou o secretário, ressaltando que, no início dos trabalhos, o governo vai abrir os números do BPC.
Marinho ainda afirmou que o ministro Paulo Guedes faz o seu papel ao ouvir os parlamentares.
O líder do governo na Câmara, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), afirmou que o governo vai defender a proposta de reforma da Previdência na íntegra e que ainda é prematuro fazer concessões nesse momento, mas lembrou que a palavra final sobre o formato do texto será do Parlamento.
Sobre os esforços para melhoria da articulação política para a proposta, o deputado afirmou, após reunião no Ministério da Economia, que o presidente Jair Bolsonaro está se envolvendo cada vez mais na defesa da reforma e que seus ministros também, o que ajuda o ambiente.
Vitor Hugo avaliou ainda que a tensão vista na semana passada é "página virada".
Após se reunir com Guedes, Rogério Marinho também afirmou que é necessário que o governo faça a reforma tributária e o novo pacto federativo, além da reforma da Previdência. O secretário lembrou que é preciso reequilibrar as contas públicas. Questionado sobre o contingenciamento mais recente promovido pelo governo, Marinho defendeu que o corte foi uniforme e atingiu todas as pastas.
Sobre a interlocução entre Guedes e os parlamentares, Marinho afirmou que o ministro entende que há neste momento necessidade de ação do ministério da Economia. "Guedes permite um diálogo mais franco com o Parlamento".