Salário mínimo: valor subiu para 2026; veja quanto (Freepik)
Repórter
Publicado em 11 de dezembro de 2025 às 06h36.
O governo brasileiro anunciou na quarta-feira, 10, que o salário mínimo para 2026 será de R$ 1.621,0. O valor representa um reajuste de R$ 103,00 sobre os atuais R$ 1.518,00 e será aplicado na folha de pagamento de fevereiro. A estimativa foi confirmada pelo Ministério do Planejamento e Orçamento.
O cálculo considera a inflação acumulada até novembro de 2025, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), somada ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes — limitado a 2,5%, conforme determina o novo arcabouço fiscal aprovado em 202.
Para 2026, será considerada a inflação de 4,4% em 12 meses até novembro de 2025 e um crescimento real de 2,5% no PIB de 2024, apesar de o índice ter alcançado 3,4%. A regra limita a correção real a fim de controlar o aumento das despesas obrigatórias do governo.
O salário mínimo é referência para 59,9 milhões de pessoas no Brasil, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). O piso impacta diretamente contratos de trabalho, benefícios previdenciários, seguro-desemprego e programas como o BPC.
O DIEESE aponta que o salário mínimo necessário para manter uma família de quatro pessoas deveria ser cerca de R$ 7.067,18 em novembro de 2025 — aproximadamente 5 vezes o valor oficial R$ 1.518,00. Esse cálculo considera despesas essenciais como alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, conforme determina a Constituição.
Entre 2019 e 2022, o salário mínimo praticamente não teve aumento real, acompanhando apenas a inflação, segundo o DIEESE. Isso reduziu o poder de compra dos trabalhadores, principalmente diante do aumento dos preços dos alimentos, que impactam diretamente o orçamento das famílias.
O DIEESE também estima que o salário mínimo de R$ 1.518,00 gera um incremento de R$ 81,5 bilhões na renda da economia e R$ 43,9 bilhões em arrecadação tributária sobre o consumo, beneficiando cerca de 59,9 milhões de pessoas com rendimento referenciado no salário mínimo.
[grifar]Em 2015, o DIEESE destacou que o salário mínimo fixado em R$ 788 representava um reajuste de 8,84% em relação a 2014 (R$ 724,00). Esse aumento resultou da soma da variação do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,5% em 2013 com a inflação medida pelo INPC de 6,23% em 2014.
Naquele ano, o DIEESE ressaltou que esse valor nominal de R$ 788 foi o maior salário mínimo real (corrigido pela inflação) desde 1983, indicando um ganho real acumulado de 76,54% desde 2002. A instituição também estimou que cerca de 46,7 milhões de pessoas tinham rendimento referenciado no salário mínimo.
Em 2005, o salário mínimo era R$ 300. Para o DIEESE, o valor à época também era insuficiente diante das necessidades reais dos trabalhadores brasileiros.
Para suprir as despesas básicas de uma família composta por dois adultos e duas crianças, o salário mínimo necessário há duas décadas deveria ser superior a R$ 1.500,00 — mais de cinco vezes o valor oficial daquele ano.
| Ano | Valor do salário mínimo (R$) | Base legal / Decreto |
|---|---|---|
| 2015 | 788,00 | Decreto 8.381/2014 |
| 2016 | 880,00 | Decreto 8.618/2015 |
| 2017 | 937,00 | Lei 13.152/2015 |
| 2018 | 954,00 | Decreto 9.255/2017 |
| 2019 | 998,00 | Decreto 9.661/2019 |
| 2020 | 1.039,00 (jan) / 1.045,00 (fev) | MP 916/2019 e MP 919/2020 |
| 2021 | 1.100,00 | MP 1021/2020 |
| 2022 | 1.212,00 | MP 1091/2021 |
| 2023 | 1.302,00 (jan) / 1.320,00 (mai) | MP 1.143/2022 e MP 1.172/2023 |
| 2024 | 1.412,00 | Decreto 11.864/2024 |
| 2025 | 1.518,00 | Decreto 12.342/2024 |