Economia

Sabesp, trem da BYD na linha 17 e Rodoanel Norte: as promessas de Tarcísio para infraestrutura de SP

Chefe do Executivo paulista mira em duas grandes obras que completam mais de 10 anos de atraso em 2024 e seguem inacabadas, a linha 17-Ouro do metrô e o Rodoanel Norte

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 20 de abril de 2024 às 09h00.

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O governador de São Paulo Tarcísio de Freitas prometeu realizar nos próximos meses uma série de agendas classificadas como positivas por sua gestão e ligadas à infraestrutura estadual. As primeiras foram entregues nessa semana.

"É uma semana de sinalização para o mercado que temos um projeto de infraestrutura vivo no estado de São Paulo", disse em duas ocasiões Tarcísio de Freitas durante cerimônias na B3.

Na última terça-feira, a administração estadual realizou o leilão de concessão do lote Litoral Paulista, com investimentos previsto em R$ 4,3 bilhões, já na quarta, o governo divulgou detalhes da privatização da Sabesp com valores de descontos na tarifa da água, e na sexta-feira, realizou a venda da Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia) por R$ 1,04 bilhão. 

tarcísio de Freitas

Tarcísio bate o martelo após o Leilão da Concessão Rodoviária Lote Litoral Paulista (Marcelo S. Camargo / Governo do Estado de SP/Divulgação)

Cotado como presidenciável em 2026 e com aprovação de 62%, maior que a média do governo Lula, mas a menor entre os governadores alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, Tarcísio busca apresentar entregas após um primeiro ano marcado por aprovação da privatização da Sabesp na Assembleia Legislativa do estado, alto investimento na área de Segurança Pública e aumento da passagem dos trens e metrôs do estado. 

A meta do governo é chegar à marca de R$ 220 bilhões em investimentos contratados para o estado com 13 leilões previstos nesse ano.

O chefe do Executivo paulista mira em duas grandes obras que completam mais de 10 anos de atraso em 2024 e seguem inacabadas, a linha 17-Ouro do Metrô e o Rodoanel Norte. As obras foram iniciadas ainda no governo Geraldo Alckmin, ex-governador e atual vice-presidente da República, e não foram concluídas nas gestões Márcio França (PSB), João Doria e Rodrigo Garcia (PSDB).

Trem da BYD

Durante os leilões dessa semana, Tarcísio aproveitou o momento do discurso para anunciar novidades do governo. Segundo o governador, na próxima semana, do dia 22, o presidente do Metrô vai à China para receber simbolicamente o primeiro trem da BYD que vai operar na linha 17-Ouro do Metrô.

"O carro será embarcado e deve chegar no Brasil no meio do ano e deve ser montado para operar na linha a partir de junho", disse Tarcísio em coletiva.

O governador lembrou também que no último sábado, 13, o metrô lançou a última viga do projeto do monotrilho da linha 17-Ouro. O sistema, que vai conectar o Aeroporto de Congonhas e a estação Morumbi, está com as obras atrasadas há mais de 10 anos em relação à promessa inicial de entrega, que era para a Copa do Mundo de 2014. As obras já consumiram mais de R$ 3,2 bilhões, e a linha com extensão inicialmente prevista de 18 quilômetros será de 8,3 quilômetros.

"No último final de semana, tivemos o lançamento da última viga da linha operacional. Vamos começar a energização e trabalhar na questão das estações", afirmou.

Obras do Rodoanel Norte

O governador anunciou também na próxima semana a Via Appia FIP Infraestrutura, ganhadora do leilão da concessão do trecho do Rodoanel Norte, vai iniciar as obras, que também estão atrasadas a mais de 10 anos. 

Tarcísio comemorou que a empresa adiantou a apresentação do projeto executivo, que era previsto apenas para setembro. 

"A ideia é que em setembro do ano que vem já começamos a dar uma funcionalidade ao Rodoanel Norte, fazendo a ligação com a Dutra e Fernão Dias, e que em 2026 que a gente consiga seguir o cronograma previsto no leilão e que essa obra seja concluída", disse. 

O investimentos previstos são de R$ 3,4 bilhões, além da manutenção e operação do trecho por prazo de 31 anos. O preço final da obra custurá mais de R$ 13,4 bilhões desde o início da construção.

"Aquelas obras que ficaram esquecidas, agora estão acontecendo e se tornando realidade", concluiu.

Ainda sobre rodovias, o governador disse que no início do mês aconteceu as primeiras audiências públicas presenciais sobre o  projeto de parceria público-privada (PPP) do Túnel Imerso Santos-Guarujá. O projeto é um parceria do governo estadual e federal. As sessões são parte do processo, que ainda passará por estudo e divulgação do edital.

Projeto de lei sobre agências reguladoras

Em meio às privatizações do estado, o governador prometeu essa semana fortalecer as agências reguladoras com um projeto de lei que será enviado para a Assembleia Legislativa.

Uma das aposta é transformar o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) em uma terceira agência reguladora, a SP Águas, além da Artesp (de transportes) e a Arsesp (de saneamento e gás).

“Vamos mandar em breve o projeto de lei, que já está pronto. A gente não poderia apostar na iniciativa privada e não fortalecer a regulação, dotar, preparar as agências para os desafios que receberão. Vamos reestruturar o plano de carreiras, transformar DAEE em agência”, disse Tarcísio, em seu discurso após a privatização da Emae.

O governador prometeu ainda fortalecer as carreiras dentro das autarquias, sem detalhar se as medidas estão relacionadas a melhores remunerações ou planos de carreira para os funcionários das agências.

PPPs de escolas públicas e habitação

Tarcísio relembrou que entre os próximos leilões, no segundo semestre, estão ligados a escolas e habitação, ligado ao projeto do estado para revitalização do centro da cidade de São Paulo.

"No segundo semestre terá mais leilões, com os projetos de PPP de escolas. Vamos lançar audiência pública de PPP de habitação, que está ligada ao nosso projeto do centro da cidade", disse Tarcísio.

O governo propõe uma PPP para construção, manutenção dos prédios e operação de serviços não pedagógicos de 33 novas escolas. 

O estado também vai leiloar a concessão da construção de moradias na região central da capital – o projeto prevê mais de 5,5 mil moradias nos três primeiros anos.

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