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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h37.
e, por tabela, também influencia a percepção dos investidores em relação aos papéis emitidos por empresas privadas.
Mas a melhora do risco-país não é um privilégio do Brasil. Relatório da Global Invest, que acompanha a evolução do risco de vários países, concluiu que ao longo de abril a grande maioria das nações emergentes cuja dívida é avaliada pelo indicador, mostra queda em seu risco.
Estamos presenciando a correção do exagero ocorrido nos meses anteriores em função da crise Argentina, das eleições presidenciais brasileira, da crise política da Venezuela e da guerra entre Estados Unidos e Iraque , diz o texto do relatório. A diminuição desses fatores de risco, aliados às baixas taxas de juros provoca a volta do capital aos países emergentes. A consultoria, porém, chama a atenção para o fato de o movimento de recursos rumo aos países emergentes ser formado por um capital volátil, com objetivos de curto prazo .
Ao longo do mês de abril, o risco Brasil recuou 20%. Nos quatro primeiros meses, 41,6%. O ranking anual de queda do indicador é liderado pela Ucrânia(-57%), seguido de Polônia (-48,3%) e Nigéria (-44.1%). Entre os países que têm variação positiva, estão Turquia (+13,5%) e Venezuela (+12,6%).
A Argentina fechou o mês de abril liderando o ranking dos países com risco mais elevado: 5 273 pontos-base. Na seqüência, Venezuela (1 259) e Nigéria (1 237). Na posição inversa, está a Polônia, com o menor risco (92 pontos), seguida pela Malásia (144) e África do Sul (172).
O índice de risco-país engloba não apenas o desempenho isolado de um país, mas também o comportamento de vários deles em conjunto, que são reunidos no chamado Índice de Títulos da Dívida de Mercados Emergentes (Embi+). O índice foi criado pelo JP Morgan para mostrar o retorno médio diário de títulos da dívida. Nos quatro primeiros meses, o Embi+ registrou queda de 22,7%, refletindo a melhora da percepção dos investidores em relação a grande maioria dos países avaliados.
O índice cobre hoje os títulos emitidos por 19 países, 60% deles, latino-americanos: Argentina, Brasil, Colômbia, México, Panamá, Peru, Equador e Venezuela. Os demais países avaliados são: Bulgária, Egito, Malásia, Marrocos, África do Sul, Turquia, Ucrânia, Polônia, Rússia, Nigéria e Filipinas. O peso de cada país na composição do índice varia. Os três mais importantes são: México (22,4%), Rússia (21,9%) e Brasil (20,5%).