Economia

Retomada em V depende de nós mesmos, diz Guedes após queda do PIB

Ministro afirmou que a retomada depende da abertura da economia, da aprovação de reformas e medidas para atrair investimentos

Guedes: ministro quer analisar dados do PIB para saber se a economia estava decolando antes da pandemia (Adriano Machado/Reuters)

Guedes: ministro quer analisar dados do PIB para saber se a economia estava decolando antes da pandemia (Adriano Machado/Reuters)

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Reuters

Publicado em 29 de maio de 2020 às 10h44.

Última atualização em 29 de maio de 2020 às 13h27.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta sexta-feira (29) que o Brasil segue resistente, resiliente e com sinais vitais diante da pandemia de covid-19 e deve surpreender positivamente, mas alertou que a retomada da economia vai depender das medidas e ações que serão tomadas daqui para frente.

Em uma exposição em seminário do BNDES sobre o mercado de gás, o ministro afirmou que o desenho dessa retomada pode ser em forma de um V "meio torto".

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"Caímos rápido, e a volta depende de nós mesmos. Falo em (retomada em) V porque os sinais vitais da economia brasileira estão mantidos, mas evidentemente, dependendo de nossa reação por ser um U ou vira um L", disse Guedes. "Prefiro trabalhar com V, pode ser meio torto, com subida um pouco mais devagar", acrescentou.

Segundo o ministro, essa retomada depende da aprovação de reformas, novos marcos regulatórios e medidas para atrair investimentos e abrir a economia.

Guedes afirmou que quer examinar os dados desagregados do Produto Interno Bruto do primeiro trimestre para avaliar se, conforme é sua impressão, a economia brasileira estava de fato decolando nos primeiros dois meses do ano, antes de ser abatida pela crise da pandemia do Covid-19.

"A impressão que eu tinha --com as exportações 6% acima do ano passado, investimentos diretos acima do ano passado, impostos no primeiro bimestre 20% acima do ano passado-- as indicações é de que nós estávamos começando a andar", afirmou Guedes em evento virtual do BNDES sobre gás.

"Aparentemente, com o impacto do terceiro mês, a crise chegou aqui", acrescentou.

O ministro frisou que a economia está agora hibernando, mas não pode perder os sinais vitais e que o governo já examina protocolos adotados em todo o mundo para a retomada.

Crédito na crise

Guedes também reconheceu que o crédito não está chegando às micro, pequenas e médias empresas e prometeu novas medidas nas próximas semanas para resolver o problema em meio à pandemia.

"O crédito ainda não está chegando na ponta. Falta capital de giro, a demanda é muito maior que oferta", reconheceu, em webinar do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sobre o novo mercado de gás. "O desempenho não é satisfatório. Vamos jogar uma nova rodada de programas de crédito", disse ele.

O ministro disse que as medidas do governo para reduzir salário e jornada de trabalhadores durante a pandemia preservaram 8,5 milhões de empregos formais.

Segundo ele, a perda foi de 1 milhão de empregos, menor que nos Estados Unidos, por exemplo.

Guedes disse ainda que o enfrentamento da segunda onda da crise, que vai atingir a economia, depende das reações de toda a população.

Ele citou como exemplo a importância de preservar pagamentos para fornecedores e empregados domésticos, mesmo que haja dificuldades.

(Com informações da Reuters e de Estadão Conteúdo)

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