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Resultado das exportações de julho decepcionou

Segundo vice-presidente da AEB, José Augusto de Castro, depender da exportação de commodities deixa Brasil passivo em relação ao mercado externo, podendo levar a déficit comercial

Para especialista, focar exportações somente em commodities é preocupante (.)
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Da Redação

Publicado em 2 de agosto de 2010 às 14h18.

Brasília - O déficit comercial de US$ 127 milhões na quinta semana de julho decepcionou o mercado. De acordo com o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, apesar de o superávit de US$ 1,358 bilhão acumulado no mês ser um bom resultado, o desempenho das exportações surpreendeu negativamente. "No mês de julho, estamos no auge do embarque da soja, a quantidade de minério de ferro exportada é grande e, teoricamente, já está em vigor o novo preço do minério. Com isso esperava-se um resultado melhor", disse ele.

Segundo o vice-presidente da AEB, o movimento decrescente das exportações brasileiras é preocupante e os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior alertam para a situação do Brasil no cenário internacional. "O Brasil é passivo diante do mercado estrangeiro porque concentra 70% de suas exportações em commodities". José Augusto disse, ainda, que a exportação de produtos manufaturados deixaria o país numa condição muito mais estável "porque os contratos com produtos industrializados são de longo prazo".

No caso de exportação de produtos básicos, o câmbio brasileiro não atrapalha, afirma o vice-presidente, mas, o câmbio elevado estimula importações "desnecessárias". Na opinião de José Augusto, um "câmbio neutro" ficaria entre R$ 2,25 e R$ 2,30. "Essa taxa estimularia exportação de produtos manufaturados, mas, ainda assim, não desestimularia as importações que são, de fato, necessárias", destacou.

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Para 2011, José Augusto diz que é cedo para traçar uma tendência. "O Brasil não tem controle das exportações, dependemos do mundo. Se o mundo seguir bem, continuaremos bem,mas se a rota mundial mudar e a demanda pelas commodities cair, podemos até ter déficit no ano que vem."

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