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Reservas garantiram câmbio tranquilo na crise, diz Meirelles

"Essa é uma das bases que nós temos para a retomada do crescimento. Tem custo? Sim, como toda reserva de caixa tem", acrescentou

Ministro: Meirelles afirmou ainda que o programa de concessões lançado este mês pelo governo federal é ambicioso, mas deve ser bem-sucedido (Agência Brasil/Marcelo Camargo)
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Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2016 às 15h46.

São Paulo - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles , afirmou nesta segunda-feira, 19, que as reservas internacionais são muito importantes e garantiram que o Brasil enfrentasse a atual crise com um mercado de câmbio bastante tranquilo.

"Essa é uma das bases que nós temos para a retomada do crescimento. Tem custo? Sim, como toda reserva de caixa tem".

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Ele lembrou uma conversa que teve com um banqueiro central de outro país, pouco depois de assumir o Banco Central do Brasil. Na ocasião, ele foi questionado por que o Brasil precisava acumular reservas.

"Eu respondi que, quando eles chamarem o Brasil de uma economia avançada, não precisaremos mais de reservas. Entretanto, enquanto tiver volatilidade, risco elevado, como temos, nós precisamos."

A declaração foi uma resposta a um dos ouvintes da palestra de Meirelles no almoço-debate promovido pelo LIDE, que perguntou se não seria possível utilizar as reservas para abater da dívida pública.

"Muitos de nós cresceram sob a sombra da ameaça de crises cambiais. O (Mário Henrique) Simonsen dizia que a inflação aleija e o câmbio mata. Isso desapareceu da perspectiva dos brasileiros. Por quê? Porque nós temos reservas. Países como o Brasil precisam de reservas para períodos de crise, como a que estamos passando", reforçou.

Programa de privatização

Meirelles afirmou ainda que o programa de concessões lançado este mês pelo governo federal é ambicioso, mas deve ser bem-sucedido.

"O programa é forte, mas temos segurança que será bem-sucedido. O capital, tanto o estrangeiro como o brasileiro, é alocado em investimentos que ofereçam retorno e previsibilidade", afirmou durante o evento.

Meirelles disse que o programa está bem equacionado e que existe demanda no Brasil para projetos de infraestrutura.

"O programa vai se fundamentar na competição. Vai prevalecer a melhor taxa, os investimentos, as condições oferecidas."

Segundo o ministro, com uma boa previsibilidade, o investidor se garante no longo prazo e assim não precisa de taxas de retorno tão elevadas.

"Os retornos no Brasil são atraentes, nós temos muitas possibilidades, e com o aumento da previsibilidade os investimentos vão vir", assegurou.

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