Economia

Relator na Câmara do projeto do combustível do futuro aceita fixar piso de 13% de biodiesel no óleo

Acordo com petroleiras e governo vem após rejeição inicial da proposta. Meta de biometano em gás natural não terá prazo para ocorrer

Relator do PL do combustível do futuro na Câmara aceita fixar piso de 13% de biodiesel no óleo (Rodrigo Capote/Getty Images)

Relator do PL do combustível do futuro na Câmara aceita fixar piso de 13% de biodiesel no óleo (Rodrigo Capote/Getty Images)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 13 de março de 2024 às 16h17.

O relator do projeto de lei na Câmara dos Deputados que altera os percentuais mínimos e máximos de mistura de etanol na gasolina e de biodiesel no óleo, Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), flexibilizou a proposta após apelos do governo Lula e do setor petrolífero.

O novo texto mantém o crescimento no percentual de mistura de biodiesel no óleo progressivamente, de 15% para 20%, entre 2025 e 2030. Mas Arnaldo deixou um piso de 13% na mistura como possibilidade, caso o setor não consiga alcançar os percentuais estabelecidos. O texto deve ser votado hoje em plenário e seguir para o Senado.

Antes, a proposta também dava apenas uma margem de segurança de 2% para mais ou menos nos percentuais anuais. A flexibilização ocorre depois que o governo, unido ao setor petrolífero, reclamou da escala progressiva de obrigatoriedade na mistura. O temor era de que as distribuidoras não conseguissem atingir os mínimos estabelecidos ano a ano, tanto de biodiesel, quanto de biometano, prevendo a possibilidade de uma oferta menor de produtos no mercado.

– Antes, eu tinha colocado aquela franja de 2%. Agora, o biodiesel terá um piso de 13% para qualquer momento da escala. Tivemos uma conversa com o governo e entendemos que podem existir problemas, por exemplo, com a produção da soja. Também colocamos os testes de biodiesel em motores a cada etapa da escadinha – disse Arnaldo Jardim.

O relator havia acrescentado na proposta a obrigatoriedade de biometano no gás natural, partindo de 1% do volume total do gás natural comercializado, em 2026, e chegando a 10%, em 2034. No novo parecer, Arnaldo Jardim manteve o início da obrigatoriedade em 2026, mas sem prazo para que a meta de 10% seja atingida.

A proposta ainda estabelece que o diesel verde poderá ter participação volumétrica mínima obrigatória nos combustíveis, sob definição do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), até 2037. O percentual, porém, não poderá exceder o limite de 3% ao ano. O diesel verde é produzido a partir de matérias-primas exclusivamente derivadas de biomassa renovável.

Acompanhe tudo sobre:BiocombustíveisCombustíveis

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor