Reajuste: enquanto a gasolina reage ao reajuste de 6% nas refinarias, o etanol também acompanhou o movimento, só que avançou ainda mais (Jeff Pachoud/AFP)
Da Redação
Publicado em 20 de outubro de 2015 às 14h00.
São Paulo - Pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) mostra que não só a gasolina ficou mais cara como também o preço do etanol avançou entre a primeira e a segunda semanas de outubro.
Enquanto a gasolina reage ao reajuste de 6% nas refinarias, o etanol também acompanhou o movimento, só que avançou ainda mais, disse o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe, André Chagas. Com isso, a equivalência entre os dois combustíveis passou de 64,86% para 68,3% na segunda semana do mês.
"A relação teve uma aceleração relevante, por causa do etanol", disse.
Chagas relembrou que a relação entre o preço do etanol e o da gasolina vinha registrando os resultados mais baixos de vários anos, mas, na segunda semana do mês, alcançou o maior nível para uma segunda semana desde 2011 (69,96%).
"E deve prosseguir. Não ficaria surpreso se nas próximas pesquisas o resultado ficar em 70% ou até mesmo acima dessa marca", disse.
Para especialistas, o uso do etanol deixa de ser vantajoso em relação à gasolina quando o preço do derivado da cana-de-açúcar representa mais de 70% do valor da gasolina. A vantagem é calculada considerando que o poder calorífico do etanol é de 70% do poder do combustível fóssil. Com a relação entre 70% e 70,5%, é considerada indiferente a utilização de gasolina ou etanol no tanque.
No IPC - que apura a inflação na capital paulista -, a Fipe constatou uma alta de 3,12% no preço da gasolina e de 9,87% no do etanol na segunda quadrissemana de outubro, considerando os últimos 30 dias terminados na quinta-feira, 15.
O aumento não deve parar por aí, segundo adiantou o economista. Nas pesquisas mais recentes da Fipe, o álcool combustível já está subindo cerca de 20%, enquanto a gasolina tem alta de 3,38%.
"O etanol sobe para acompanhar o reajuste da gasolina e ainda em reflexo ao aumento no preço do açúcar", afirmou Chagas.