Economia

Reformas não funcionarão sem apoio financeiro, diz Geithner

O secretário do Tesouro americano afirmou que o FMI pode ter um papel decisivo para apoiar as economias do euro que sofrem uma grave crise de dívida

Timothy Geithner: 'quem somente fala em solucionar os problemas através da austeridade interpreta mal o panorama geral' (Chip Somodevilla/Getty Images)

Timothy Geithner: 'quem somente fala em solucionar os problemas através da austeridade interpreta mal o panorama geral' (Chip Somodevilla/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 27 de janeiro de 2012 às 11h27.

Davos - O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, afirmou nesta sexta-feira que o ajuste fiscal e as reformas estruturais para superar a crise na zona do euro não funcionarão se não forem acompanhadas de um forte respaldo financeiro.

'Quem somente fala em solucionar os problemas através da austeridade interpreta mal o panorama geral', declarou Geithner durante um discurso no Fórum Econômico Mundial de Davos, na qual pediu amplitude de alvos para salvar o euro.

O secretário do Tesouro admitiu que para a Europa 'não haverá outra alternativa a não ser um substancial ajuste de algumas economias', mas acrescentou que para esses ajustes funcionarem a médio e longo prazo 'será necessário apoio financeiro que complemente as reformas que geram crescimento e competitividade'.

Geithner insistiu que é imprescindível 'construir alicerces e recursos financeiros mais sólidos para sustentar o projeto europeu' e advertiu que os países da zona do euro que apostam unicamente pela austeridade 'alimentarão seu declive' econômico.

'Este é um processo que é preciso romper', afirmou o responsável pela política econômica de Washington, que considerou que nos últimos dois meses foram feitos progressos para incentivar uma solução e classificou como positivas as mudanças de Governo em países-chave para a solução da crise.

O secretário do Tesouro afirmou que o Fundo Monetário Internacional (FMI) pode ter um papel decisivo para apoiar as economias do euro que sofrem uma grave crise de dívida, sempre que exista 'a disposição e o compromisso político' dos Governos de blindar financeiramente o euro frente aos mercados.

Sobre a situação da economia americana, ele concordou com as perspectivas de crescimento do FMI para 2012, que o situam entre 2 e 3% do Produto Interno Bruto, e destacou que o objetivo principal deve ser estimular a criação de emprego.

Geithner, que há meses concordou em continuar no cargo a pedido do presidente Barack Obama, após expressar seu desejo de sair da administração, reiterou que sua tarefa à frente do Tesouro dos Estados Unidos terminará definitivamente no final deste ano, quando concluir o primeiro mandato da atual administração.

Ele não quis falar sobre seu futuro e disse que sua intenção é se concentrar 'nas muitas coisas que há por fazer (...), em um ano com muito trabalho', no qual há 'possibilidade de progredir'. 

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