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Refinaria parada poderá forçar estatal a importar

Com a paralisação das atividades da Repar, em Araucária (PR), a Petrobras estima queda de 10% na produção do País e poderá ampliar a importação de combustível

Repar: refinaria, no Paraná, está totalmente parada em função do incêndio que atingiu a unidade no último dia 28 (Agência Petrobras)
DR

Da Redação

Publicado em 9 de janeiro de 2014 às 18h19.

Rio de Janeiro - A Refinaria Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, no Paraná, está totalmente parada em função do incêndio que atingiu a unidade no último dia 28. Com a interrupção, a Petrobras estima queda de 10% na produção do País e poderá ampliar a importação de combustível. Operários da refinaria decidem hoje se decretam estado de greve em protesto contra as condições de segurança nas unidades de processamento da estatal.

A empresa estima que a produção será normalizada a partir do dia 17, mas o prazo é contestado por sindicalistas, que estimam em 30 dias o período mínimo para reparos na unidade. "É imprevisível o tempo necessário para a retomada. É como a montagem de um quebra-cabeça, com várias peças na engrenagem", diz Silvaney Bernardi, presidente do Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindpetro).

Com a interrupção na produção da quinta maior refinaria do País, responsável por 12% de todo o refino nacional, a Petrobras pode ser forçada a ampliar suas importações de gasolina e óleo diesel. Ontem, uma subsidiária americana da estatal já abriu licitação para compra de 300 mil a 450 mil barris de diesel a serem entregues até o final do mês. "Há um impacto econômico forte sobre a empresa. Como ela é obrigada a garantir o abastecimento, terá que importar mais gasolina e comprometerá ainda mais a sua situação", alerta Bernardi.

Desde 2012, a estatal acumula perdas de R$ 30 bilhões em função da política de importação e revenda para o consumidor interno a preços abaixo do mercado. A situação pode piorar em razão do pico de consumo de petróleo no fim de ano, período das viagens de férias. Para o consultor Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), a Petrobras poderá enfrentar um gargalo logístico para a distribuição do combustível importado.

"A Petrobras já está comprando mais diesel e os terminais para entrada dos combustíveis estão lotados. Há risco de desabastecimento no Sul", alerta.

Acidente

A refinaria Repar tem capacidade de processamento de 190 mil barris por dia e é responsável pelo abastecimento de Santa Catarina e Paraná integralmente, além de São Paulo e Mato Grosso do Sul. No dia 28 de novembro, uma explosão atingiu uma tubulação na Unidade de Destilação Atmosférica, primeira etapa de processamento. "Sem essa unidade, a refinaria para", explica Bernardi.

O incêndio começou às 22h30 e durou cerca de duas horas. De acordo com o sindicalista, a tubulação rompida gerou um "chafariz de óleo, queimando a mais de 300 graus de temperatura, como um grande maçarico". O rompimento do tubo teria sido causado por problemas de manutenção, a partir de uma falha na medição da corrosão da tubulação. No dia seguinte ao acidente, em nota, a Petrobras informou que havia ocorrido apenas um "princípio de incêndio". Mas em vídeos na internet é possível ver altas labaredas e os estragos causados pelo fogo na refinaria. Segundo a estatal, uma equipe investiga as causas do acidente.

Os operários se reúnem nesta tarde para discutir o "estado de greve" em protesto contra as condições de segurança nas unidades de refino. No último domingo, 1º, outro incêndio em uma refinaria de Manaus deixou três funcionários com queimaduras. "Estamos com um programa de cortes de custos que já está dando seus resultados. Há uma precarização da manutenção", completa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Rio de Janeiro - A Refinaria Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, no Paraná, está totalmente parada em função do incêndio que atingiu a unidade no último dia 28. Com a interrupção, a Petrobras estima queda de 10% na produção do País e poderá ampliar a importação de combustível. Operários da refinaria decidem hoje se decretam estado de greve em protesto contra as condições de segurança nas unidades de processamento da estatal.

A empresa estima que a produção será normalizada a partir do dia 17, mas o prazo é contestado por sindicalistas, que estimam em 30 dias o período mínimo para reparos na unidade. "É imprevisível o tempo necessário para a retomada. É como a montagem de um quebra-cabeça, com várias peças na engrenagem", diz Silvaney Bernardi, presidente do Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindpetro).

Com a interrupção na produção da quinta maior refinaria do País, responsável por 12% de todo o refino nacional, a Petrobras pode ser forçada a ampliar suas importações de gasolina e óleo diesel. Ontem, uma subsidiária americana da estatal já abriu licitação para compra de 300 mil a 450 mil barris de diesel a serem entregues até o final do mês. "Há um impacto econômico forte sobre a empresa. Como ela é obrigada a garantir o abastecimento, terá que importar mais gasolina e comprometerá ainda mais a sua situação", alerta Bernardi.

Desde 2012, a estatal acumula perdas de R$ 30 bilhões em função da política de importação e revenda para o consumidor interno a preços abaixo do mercado. A situação pode piorar em razão do pico de consumo de petróleo no fim de ano, período das viagens de férias. Para o consultor Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), a Petrobras poderá enfrentar um gargalo logístico para a distribuição do combustível importado.

"A Petrobras já está comprando mais diesel e os terminais para entrada dos combustíveis estão lotados. Há risco de desabastecimento no Sul", alerta.

Acidente

A refinaria Repar tem capacidade de processamento de 190 mil barris por dia e é responsável pelo abastecimento de Santa Catarina e Paraná integralmente, além de São Paulo e Mato Grosso do Sul. No dia 28 de novembro, uma explosão atingiu uma tubulação na Unidade de Destilação Atmosférica, primeira etapa de processamento. "Sem essa unidade, a refinaria para", explica Bernardi.

O incêndio começou às 22h30 e durou cerca de duas horas. De acordo com o sindicalista, a tubulação rompida gerou um "chafariz de óleo, queimando a mais de 300 graus de temperatura, como um grande maçarico". O rompimento do tubo teria sido causado por problemas de manutenção, a partir de uma falha na medição da corrosão da tubulação. No dia seguinte ao acidente, em nota, a Petrobras informou que havia ocorrido apenas um "princípio de incêndio". Mas em vídeos na internet é possível ver altas labaredas e os estragos causados pelo fogo na refinaria. Segundo a estatal, uma equipe investiga as causas do acidente.

Os operários se reúnem nesta tarde para discutir o "estado de greve" em protesto contra as condições de segurança nas unidades de refino. No último domingo, 1º, outro incêndio em uma refinaria de Manaus deixou três funcionários com queimaduras. "Estamos com um programa de cortes de custos que já está dando seus resultados. Há uma precarização da manutenção", completa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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