Economia

Redução de preços dos combustíveis modera inflação nos EUA

No mês passado, os preços da gasolina caíram 2,4% depois de dispararem 13,1% em setembro

Variação no valor do combustível se deve à paralisação temporária das atividades nas refinarias após a passagem do furacão Harvey em agosto no sul do Texas (FeelPic/Thinkstock)

Variação no valor do combustível se deve à paralisação temporária das atividades nas refinarias após a passagem do furacão Harvey em agosto no sul do Texas (FeelPic/Thinkstock)

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EFE

Publicado em 15 de novembro de 2017 às 16h28.

Washington - O índice de preços ao consumidor (IPC) nos Estados Unidos subiu 0,1% em outubro, o menor avanço em três meses, devido à moderação no custo dos combustíveis após a passagem dos furacões Harvey, Irma e Maria, e deixou a inflação anualizada em 2%.

O leve aumento na inflação em outubro, divulgado nesta quarta-feira pelo governo americano, chega após o IPC ter registrado em setembro um aumento de 0,5%, o maior em oito meses.

No entanto, a leitura do núcleo da inflação, que exclui os componentes mais voláteis como combustível e alimentos, cresceu 0,2% em outubro, um décimo a mais que em setembro.

No mês passado, os preços da gasolina caíram 2,4% depois de dispararem 13,1% em setembro, devido à paralisação temporária das atividades nas refinarias do litoral do Golfo do México após a passagem do furacão Harvey em agosto no sul do Texas.

A inflação anualizado ficou em 2% em outubro, frente aos 2,2% do mês anterior, enquanto a taxa subjacente se situou em 1,8%, um décimo a mais que em setembro.

Os preços voltam assim a rondar a meta de 2% anuais estabelecida pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), depois de anos situados de maneira persistente abaixo.

O banco central se encontra imerso em um gradual ajuste monetário e subiu as taxas de juros em duas ocasiões ao longo de 2017, até a categoria atual de 1% a 1,25%.

Após este dado da inflação, que se soma ao bom momento da economia americana, com dois trimestres em um ritmo anual de crescimento sustentado acima de 3% e a taxa de desemprego em 4,1%, em níveis de pleno emprego, parece mais que provável que o Fed eleve as taxas de juros novamente em sua última reunião do ano, de 12 a 13 de dezembro.

"O aumento no núcleo da inflação esclarece o caminho para uma alta de taxas de juros em dezembro e respalda o argumento para seguir o ajuste no próximo ano. O arrefecimento da inflação do início do ano aparece cada vez mais como um fenômeno temporário ", disse Sarah House, economista da Wells Fargo Securities.

O encontro de dezembro do Fed será o último em que a atual presidente, Janet Yellen, concederá uma entrevista coletiva, após o presidente americano, Donald Trump, ter anunciado no início do mês que a substituiria por Jerome Powell, atual membro da Junta de Governadores da instituição. Nessa reunião também serão apresentadas as novas previsões macroeconômicas do Fed.

Caso seja confirmado pelo Senado, Powell assumiria a presidência do banco central americano em fevereiro de 2018.

Apesar da sólida melhora econômica, as analistas mantêm a preocupação sobre o baixo aumento dos preços, enquanto os salários dos americanos não refletem as pressões para alta que a teoria econômica sugere.

Por isso, o Fed defendeu um enfoque prudente, sem apressar a normalização monetária, diante do temor que possa prejudicar a economia, que parece ter se recuperado após a aguda crise financeira de 2008 a 2010. EFE

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