PROTESTO DA CUT: a primeira manifestação contra a reforma deve acontecer já nesta sexta-feira / Exame.com
Da Redação
Publicado em 9 de dezembro de 2016 às 05h24.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h51.
Apresentada em detalhes na terça-feira, a reforma da Previdência já pode ter o primeiro recuo. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o Planalto está disposto a negociar com centrais sindicais mudanças na idade mínima de 65 anos enviada ao Congresso na segunda-feira. A faixa de transição, que obriga homens com mais de 50 anos e mulheres com mais de 45 a trabalhar mais também pode ter mudanças.
A proposta foi enviada à Câmara, e eram esperadas mudanças no texto original, considerado duro até por aliados do governo. Mas revisar a idade mínima não estava nos planos do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Em entrevista a EXAME Hoje, ele afirmou que manter os 65 anos eram essenciais para que a reforma fosse considerada vitoriosa.
O problema, neste caso, não está no Congresso, mas nas centrais sindicais. As principais centrais do país reuniram-se nesta quinta-feira para estudar as respostas à proposta de reforma da Previdência apresentada pelo governo. Os sindicalistas, basicamente, discordam de tudo, a começar pelo principal ponto do projeto: idade mínima de 65 anos. O objetivo é organizar uma greve geral no país. Segundo os sindicalistas, o governo não acatou as sugestões feitas num grupo de trabalho criado para esse fim e enviou uma reforma não debatida ao Congresso.
“Esse governo tem uma visão financista e não social da Previdência”, disse o presidente da CSB, Antonio Neto, ao Estado de S. Paulo. Segundo a CUT, nesta sexta-feira já haverá uma mobilização dos metalúrgicos do ABC. Ninguém do governo esperava que um tema tão sensível quanto a reforma da Previdência fosse aprovado sem que os sindicatos transformassem o país numa panela de pressão. Já começou. A ver o que sobra do texto.