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Racionamento deveria ter acontecido, diz presidente do Ibama

De acordo com a presidente do Ibama, o país deveria ter feito racionamento de energia para preservar o nível dos reservatórios de algumas hidrelétricas

Hidrelétrica (Miller/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2015 às 18h51.

Rio de Janeiro - O Brasil deveria ter feito racionamento de energia para preservar o nível dos reservatórios de algumas hidrelétricas , de acordo com a presidente do Ibama , Marilene Ramos, ao afirmar nesta segunda-feira que a medida só não foi adotada porque os governos em geral temem as consequências econômicas de se racionar eletricidade.

Marilene citou especificamente, durante evento no Rio de Janeiro, os níveis baixos de importantes fontes de energia hídrica do Nordeste, como o lago de Sobradinho e o rio São Francisco. "Tinha que ter tido (racionamento), olha o que acontece com Sobradinho e São Francisco", disse ela em palestra em um seminário da FGV sobre concessões.

Mais tarde, ao ser questionada por jornalistas sobre o posicionamento, Marilene foi menos enfática.

"Essa gestão de recurso escasso, de fato, nós necessitamos disso e podíamos hoje ter mais água nos nossos reservatórios, afirmou ela.

Para a presidente do Ibama, o racionamento de energia não foi promovido porque os governos consideram a possibilidade uma temeridade.

"Racionamento em qualquer governo, de qualquer partido, é palavrão e não se pode falar disso", declarou ela.

As declarações da integrante do governo acontecem num momento de preocupações com a estiagem que o fenômeno El Niño pode trazer para a região Nordeste, onde os níveis dos reservatórios permanecem baixos. Já o centro-sul do país está no início da temporada chuvosa. Por outro lado, a recessão econômica tem puxado para baixo o consumo de energia este ano, de acordo com dados do Operador Nacional do Sistema (ONS), o que acaba reduzindo discussões em torno da necessidade de racionamento.

Algumas térmicas até mesmo já foram desligadas, e o governo federal também reviu para baixo duas vezes este ano a projeção para a demanda de energia em 2015.

Marilene citou ainda os baixos níveis dos mananciais que fornecem água para o consumo humano nos Estados do Rio de Janeiro e de São Paulo.

TAPAJÓS

A presidente do Ibama considerou ainda otimista a previsão da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) de que será possível já no primeiro semestre de 2016 o governo colocar em leilão a construção da usina hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, no rio Tapajós, no Pará.

O prognóstico foi feito recentemente pelo presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, que aponta a usina como fundamental para a expansão da geração no país.

Segundo Marilene, a usina está localizada numa região sensível do país e é necessário se discutir profundamente os impactos sócio-econômico-ambientais que o empreendimento pode ter na região, que abriga uma área indígena.

No ano passado, de acordo com a presidente da Ibama, o orgão solicitou uma complementação do Estudo e Relatório de Impacto Ambiental e o processo ainda está em andamento.

"Não dá para precisar um prazo para o licenciamento de Tapajós... há muitas questões levantadas pelo Ministério Público quanto à questão indígena que precisam ser respondidas." "É muito precipitado pensar num prazo", declarou ela. "Mas primeiro semestre de 2016 me parece um prazo apertado para o licenciamento."

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Rio de Janeiro - O Brasil deveria ter feito racionamento de energia para preservar o nível dos reservatórios de algumas hidrelétricas , de acordo com a presidente do Ibama , Marilene Ramos, ao afirmar nesta segunda-feira que a medida só não foi adotada porque os governos em geral temem as consequências econômicas de se racionar eletricidade.

Marilene citou especificamente, durante evento no Rio de Janeiro, os níveis baixos de importantes fontes de energia hídrica do Nordeste, como o lago de Sobradinho e o rio São Francisco. "Tinha que ter tido (racionamento), olha o que acontece com Sobradinho e São Francisco", disse ela em palestra em um seminário da FGV sobre concessões.

Mais tarde, ao ser questionada por jornalistas sobre o posicionamento, Marilene foi menos enfática.

"Essa gestão de recurso escasso, de fato, nós necessitamos disso e podíamos hoje ter mais água nos nossos reservatórios, afirmou ela.

Para a presidente do Ibama, o racionamento de energia não foi promovido porque os governos consideram a possibilidade uma temeridade.

"Racionamento em qualquer governo, de qualquer partido, é palavrão e não se pode falar disso", declarou ela.

As declarações da integrante do governo acontecem num momento de preocupações com a estiagem que o fenômeno El Niño pode trazer para a região Nordeste, onde os níveis dos reservatórios permanecem baixos. Já o centro-sul do país está no início da temporada chuvosa. Por outro lado, a recessão econômica tem puxado para baixo o consumo de energia este ano, de acordo com dados do Operador Nacional do Sistema (ONS), o que acaba reduzindo discussões em torno da necessidade de racionamento.

Algumas térmicas até mesmo já foram desligadas, e o governo federal também reviu para baixo duas vezes este ano a projeção para a demanda de energia em 2015.

Marilene citou ainda os baixos níveis dos mananciais que fornecem água para o consumo humano nos Estados do Rio de Janeiro e de São Paulo.

TAPAJÓS

A presidente do Ibama considerou ainda otimista a previsão da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) de que será possível já no primeiro semestre de 2016 o governo colocar em leilão a construção da usina hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, no rio Tapajós, no Pará.

O prognóstico foi feito recentemente pelo presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, que aponta a usina como fundamental para a expansão da geração no país.

Segundo Marilene, a usina está localizada numa região sensível do país e é necessário se discutir profundamente os impactos sócio-econômico-ambientais que o empreendimento pode ter na região, que abriga uma área indígena.

No ano passado, de acordo com a presidente da Ibama, o orgão solicitou uma complementação do Estudo e Relatório de Impacto Ambiental e o processo ainda está em andamento.

"Não dá para precisar um prazo para o licenciamento de Tapajós... há muitas questões levantadas pelo Ministério Público quanto à questão indígena que precisam ser respondidas." "É muito precipitado pensar num prazo", declarou ela. "Mas primeiro semestre de 2016 me parece um prazo apertado para o licenciamento."

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