Economia

Queda no preço de commodities impacta latinos, afirma Dilma

A presidente disse que a queda nos preços das commodities terá um impacto nas economias dos produtores da América Latina

A presidente Dilma Rousseff (2ª à Esq.) participa da Cúpula Extraordinária da Unasul no Equador (Roberto Stuckert Filho/Presidência da República/ABr)

A presidente Dilma Rousseff (2ª à Esq.) participa da Cúpula Extraordinária da Unasul no Equador (Roberto Stuckert Filho/Presidência da República/ABr)

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Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2014 às 21h33.

São Paulo - A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira em Quito, no Equador, que a queda nos preços das commodities terá um impacto nas economias dos países produtores da América Latina.

Os preços das matérias-primas minerais e agrícolas vêm registrando queda recentemente devido, em parte, ao efeito da superoferta gerado pela safra recorde norte-americana de grãos e pela grande expansão da produção das três maiores mineradoras globais.

"Sempre que o preço das commodities cai, impacta, tanto as minerais como as alimentícias, impacta os países dominantemente produtores de commodities", disse Dilma a jornalistas, após reunião da Cúpula Extraordinária da União das Nações Sul-Americanas (Unasul).

"A América Latina tem uma grande participação nisso. Nesse sentido, ela vai ser impactada pela queda do preço", acrescentou ela, referindo-se à região como grande produtora de matérias-primas.

Os preços do petróleo também têm atingido mínimas em vários anos pelo excesso de oferta.

Os contratos futuros nos Estados Unidos fecharam nesta sexta-feira em seu nível mais baixo desde julho de 2009, enquanto a cotação média do Brent na semana ficou abaixo de 70 dólares por barril pela primeira vez desde 2010.

"Eu acho que o mundo inteiro vai ser afetado de uma forma ou de outra. Alguns vão ser afetados positivamente, outros vão ser afetados negativamente no que se refere à queda do preço, por exemplo, do petróleo. O petróleo vai ter repercussão sobre vários países." Dilma não quis comentar a nova projeção do governo federal para um crescimento do Produto Interno Bruno (PIB) de 0,8 por cento em 2015, ante previsão anterior de 2 por cento, nem os dados de que a inflação oficial permaneceu acima do teto da meta em 12 meses.

"Eu preferia que hoje a gente não falasse sobre o Brasil... A área econômica respondeu isso de forma exaustiva. Por favor, eu não vou repetir", disse a presidente.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou alta de 6,56 por cento em 12 meses até novembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira. A meta de inflação do governo é de 4,5 por cento, com tolerância de dois pontos percentuais.

Questionada por repórteres se estava preocupada com o desempenho da economia, Dilma disse: "Sempre a gente tem de ficar preocupada. Um presidente é preocupado todo santo dia, chova ou faça sol... Sempre a gente tem de estar preocupado com tudo", afirmou.

Unasul: integração e nova sede

Dilma participou da Cúpula Extraordinária da Unasul nesta sexta-feira, quando o Uruguai assumiu a presidência temporária e a nova sede da Secretaria-Geral do grupo que reúne todos os países da América do Sul foi inaugurada na capital equatoriana.

A presidente afirmou que foram discutidos projetos multinacionais de infraestrutura, bolsas educacionais, de ciência e tecnologia, cooperação de gestão de riscos de desastres naturais e a criação de um banco de preços de medicamentos para viabilizar a melhor compra possível pelos seus países.

Dilma disse que, entre esses projetos, já foram aprovadas a Escola Sul-Americana de Defesa e a sugestão da criação de uma Unidade de Apoio Eleitoral, sem dar mais detalhes.

A Unasul foi fundada em 2008 por iniciativa do falecido Hugo Chávez para promover a união entre as nações e facilitar o intercâmbio comercial, mas analistas dizem que acabou se juntando a uma série de blocos regionais ineficazes.

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