Vladimir Putin: "Se a situação se desenrolar desfavoravelmente, teremos que ajustar nossos planos. Sem dúvida, teremos que cortar alguns (gastos)" (The Presidential Press and Information Office/Fotos Públicas)
Da Redação
Publicado em 18 de dezembro de 2014 às 08h08.
Moscou - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta quinta-feira que a economia russa vai se recuperar depois do colapso do rublo ante o dólar, mas alertou que pode demorar dois anos para que o país saia da crise.
Sob pressão para mostrar que tem um plano para tirar a Rússia da crise em sua entrevista à imprensa de final de ano, Putin apoiou as ações do banco central e do governo numa crise pela qual ele culpou fatores externos, mas disse que mais medidas serão necessárias.
A economia russa está caminhando para recessão no que um ministro chamou de "tempestade perfeita" de baixos preços do petróleo, sanções do Ocidente pela crise da Ucrânia e problemas econômicos globais. O rublo já perdeu cerca de 46 por cento contra o dólar neste ano.
"Se a situação se desenrolar desfavoravelmente, teremos que ajustar nossos planos. Sem dúvida, teremos que cortar alguns (gastos)", disse Putin.
Ele disse que a Rússia tem que diversificar sua economia para reduzir a dependência do petróleo, seu principal produto de exportação e uma fonte importante de receita estatal, e que uma recuperação pode ter início em algum momento do ano que vem.
Um forte opositor, o ex-primeiro-ministro Mikhail Kasyanov disse que a crise mostra que Putin administrou mal a economia e que ele deveria organizar eleições livres para acabar calmamente com seu domínio de quase 15 anos da Rússia.
"A Rússia está entrando em declínio", disse Kasyanov à Reuters em entrevista na quarta-feria, sugerindo que Putin deveria aceitar que "precisa de uma saída de estratégia" de saída de poder.
O ministro da Economia, Alexei Ulyukayev, afirmou em entrevista a um jornal que as sanções Ocidentais devem durar "bastante tempo" e que a Rússia está pagando o preço por não realizar reformas estruturais, descrevendo os eventos como "tempestade perfeita". Um aumento de 6,5 pontos percentuais na principal taxa de juros, para 17 por cento, não conseguiu impulsionar o rublo na terça-feira. A Rússia também já gastou mais de 80 bilhões de dólares neste ano tentando sustentar a moeda.