Economia

Em ata, Copom indica que já vê inflação perto do centro da meta

A ata do último encontro do Comitê de Política Monetária do Banco Central foi divulgada na manhã desta terça-feira, 25

Copom: projeção para o IPCA de 2018 no cenário de referência está em 4,4% (Andrew Harrer/Bloomberg)

Copom: projeção para o IPCA de 2018 no cenário de referência está em 4,4% (Andrew Harrer/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de setembro de 2018 às 09h02.

Última atualização em 25 de setembro de 2018 às 10h00.

Brasília - A ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada na manhã desta terça-feira, 25, indicou que a projeção para o IPCA de 2018 no cenário de referência está em 4,4%. Já a projeção para 2019 é de 4,5%.

Estes são os mesmos valores citados no comunicado que acompanhou a decisão do colegiado, na semana passada, quando a Selic (a taxa básica de juros) foi mantida em 6,50% ao ano pela quarta vez consecutiva. Na ata do encontro anterior do Copom, ocorrido em agosto, as projeções do cenário de referência também estavam em 4,2% para 2018 e 4,1% para 2019.

O BC formulou seu cenário de referência tendo como referência a Selic constante em 6,50% ao ano e uma taxa de câmbio de R$ 4,15. Este valor para o câmbio teve como base a cotação média para a moeda americana observada nos cinco dias úteis encerrados na sexta-feira anterior à reunião do Copom (14 de setembro).

Na ata divulgada nesta manhã, o BC indicou ainda que a projeção para o IPCA de 2018 no cenário de mercado está em 4,1%. A projeção para 2019 é de 4,0%. Estes também são os mesmos valores citados no comunicado que acompanhou a decisão do colegiado, na semana passada. O cenário de mercado utiliza como referência as projeções do Relatório de Mercado Focus para a Selic e o câmbio. Na ata de agosto, as projeções do cenário de mercado estavam em 4,2% para 2018 e 3,8% para 2019.

Desde fevereiro do ano passado, o BC vinha dando maior ênfase ao cenário de mercado, em detrimento do cenário de referência. Na época, o BC alegou que, como a Selic estava em processo de baixa, o cenário com taxa constante perdia relevância. Porém, a partir de maio deste ano, com a Selic estável, o cenário de referência voltou a ganhar destaque nas comunicações do BC.

O centro da meta de inflação perseguida pela instituição este ano é de 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (inflação entre 3,0% e 6,0%). No caso de 2019, a meta é de 4,25%, com margem de 1,5 ponto (taxa de 2,75% a 5,75%).

No Relatório de Mercado Focus publicado nesta segunda-feira, 24, as instituições financeiras projetaram inflação de 4,28% em 2018 e 4,18% em 2019.

Preços administrados

O Banco Central elevou todas as projeções para a alta dos preços administrados em 2018 e 2019, na ata do último encontro do Copom. Para este ano, o índice projetado passou de 7,2% para 7,7% no cenário de mercado - quando são usadas as previsões dos economistas para a trajetória de juros e câmbio. No caso do próximo ano, a expectativa subiu de 4,8% para 5,4%. As estimativas anteriores constavam na ata do encontro de agosto do Copom.

No caso do cenário de referência, que utiliza como parâmetros câmbio constante a R$ 4,15 e juros constantes a 6,50% ao ano, a projeção para a alta dos preços administrados em 2018 subiude 7,4% para 8,3%. No caso de 2019, foi de 5,0% para 5,7%.

O Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira indicou que a estimativa para 2018 no mercado financeiro é de elevação de 7,50% dos administrados. Para 2019, a expectativa está em 4,80%.

As projeções para os preços administrados ajudaram a formar a base para que o colegiado mantivesse na semana passada a Selic em 6,50% ao ano.

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