Economia

Programa Rota 2030 está 99% pronto, dizem fontes do governo

O principal ponto de disputa no programa para o setor automobilístico era o incentivo fiscal a ser oferecido às montadoras que investirem em pesquisas

Rota 2030: a expectativa é que o texto final com a nova regulamentação seja fechado nesta sexta-feira (Sean Gallup/Getty Images)

Rota 2030: a expectativa é que o texto final com a nova regulamentação seja fechado nesta sexta-feira (Sean Gallup/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de maio de 2018 às 08h13.

Brasília - O Rota 2030, novo programa de estímulo ao setor automobilístico, está "99% pronto", informaram na quinta-feira, 03, à noite fontes do governo. A expectativa é que o texto final com a nova regulamentação seja fechado nesta sexta-feira, 04, e o programa possa ser oficialmente anunciado na próxima semana.

Na quinta-feira, as arestas que ainda restavam entre os Ministérios da Fazenda e da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) foram aparadas numa reunião com o presidente Michel Temer.

Ele entrou nas discussões no mês passado, depois que as divergências entre as duas pastas chegaram ao ponto de travar a elaboração do Rota 2030. O principal ponto de disputa era o incentivo fiscal a ser oferecido às montadoras que fizerem investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D).

Uma primeira minuta da regulamentação do novo programa foi apresentada na quinta-feira a Temer. Segundo fontes, ainda há pontos em aberto. Por exemplo, os compromissos que as montadoras precisam honrar para ter acesso ao incentivo fiscal.

O MDIC vinha defendendo que a exigência de gasto mínimo de 1,2% da receita operacional bruta em P&D fosse reduzido. Esse investimento em pesquisa define o tamanho do incentivo. Na quinta, discutiu-se a produção de modelos híbridos como uma possível contrapartida ao benefício.

Fontes que estão participando das discussões nas últimas semanas disseram que haverá incentivo anual de cerca de R$ 1,5 bilhão, mas neste ano o valor deverá ser menor.

Tributos

Outro ponto que ainda dividia as duas pastas era a forma como o incentivo será usado. A ideia é converter os gastos em P&D, "turbinados" por um multiplicador, num crédito tributário, que poderia ser utilizado para pagar Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

O problema é que esses tributos só são pagos quando a empresa tem lucro e as montadoras alegam que sua lucratividade caiu. A solução seria permitir o aproveitamento dos créditos por alguns anos à frente. Havia divergência quanto a esse prazo.

Mas, após a reunião com Michel Temer, fontes informaram que o texto está praticamente concluído. A reunião desta sexta, que será coordenada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, tratará apenas de detalhes da nova regulamentação. A linha geral já está definida, segundo fontes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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