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Produtividade do Brasil só não é pior que a da "década perdida"

Segundo a CNI, o primeiro qüinqüênio dos anos 2000 apresentou crescimento médio anual de 0,7% na taxa de produtividade

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h45.

A falta de estímulos para os investimentos privados fez com que o Brasil desperdiçasse a primeira metade dos anos 2000, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O indicador mais preocupante é a baixa taxa de crescimento da produtividade, que só não foi menor que a da segunda metade dos anos 80, conhecida como a "década perdida", devido à crise econômica que assolou o país. Entre 2001 e 2005, a produtividade industrial acumulou alta de 3,4%, com taxa média anual de 0,7%. Já entre 1986 e 1990 - o pior período registrado pela pesquisa - a produtividade caiu 0,7%.

O fraco desempenho do país, nos primeiros anos desta década, foi suficiente para colocá-lo em penúltimo lugar entre 23 países acompanhados periodicamente pela CNI. Na primeira metade dos anos 90, a taxa de crescimento médio anual da produtividade brasileira foi de 7,2%. Já na segunda metade, a taxa foi ainda maior - 8,3%. Os números colocaram o Brasil entre os líderes na expansão da produtividade na última década. Já entre 2001 e 2005, o país só ficou à frente da Itália, cujo resultado médio foi uma retração de 0,9% ao ano, segundo a CNI.

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A produtividade é medida pela divisão da produção industrial pelo número de empregados ou de horas trabalhadas. De acordo com a CNI, a mão-de-obra e as horas trabalhadas cresceram em ritmo mais acelerado que o da produção nos primeiros anos desta década. Isto indica que as empresas encontraram dificuldades para investir e ampliar sua produção. A confederação destaca a necessidade de o governo incentivar os investimentos, sobretudo os voltados para a inovação tecnológica, capazes de manter o país no mesmo nível de competitividade dos demais países emergentes, seus concorrentes diretos no comércio mundial. Entre 2001 e 2005, por exemplo, a Índia liderou o ranking da CNI, com taxa média anual de 10,1% de expansão de sua produtividade.

A entidade também alerta para outro efeito do fraco desempenho brasileiro: a eventual perda de competitividade internacional. Segundo a CNI, o recente salto das exportações do país é fruto, em parte, dos investimentos em sistemas mais modernos de produção, realizados pela indústria nos anos 90. Com o parque fabril sem condições de continuar essa modernização, os produtos brasileiros tendem a se tornar menos competitivos que os dos concorrentes, ameaçando a estratégia do governo de ampliar o fluxo comercial do país e seu superávit.

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