Produção industrial cresce 0,3% em maio, aponta IBGE
Setor registra a quarta expansão consecutiva
Agência O Globo
Publicado em 5 de julho de 2022 às 09h22.
Última atualização em 5 de julho de 2022 às 09h24.
A produção industrial brasileira cresceu 0,3% na passagem de abril para maio. É o quarto resultado positivo consecutivo , levando o setor a acumular alta de 1,8% desde fevereiro. O saldo em 2022, contudo, ainda é negativo, e a atividade está 1,1% abaixo do patamar pré-pandemia. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PMI), do IBGE, e foram divulgados nesta terça-feira.
Três das quatro categorias pesquisadas registraram avanço na produção em maio. Bens de capital e bens de consumo duráveis avançaram 7,4% e 3%, respectivamente, com ambas as atividades voltando a crescer após forte recuo em abril. O setor de bens de consumo semi e não duráveis cresceu 0,8%, mas com ritmo abaixo do verificado no mês anterior (2,3%). Por outro lado, o segmento de bens intermediários recuou 1,3%.
Máquinas e equipamentos (7,5%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (3,7%) foram as atividades que exerceram maior contribuição positiva no mês, após recuarem no mês anterior.
Outras contribuições sobre o total da indústria vieram de produtos alimentícios (1,3%), artigos para viagem e calçados (9,4%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (5,5%), outros equipamentos de transporte (10,3%), manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (7,5%) e de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (3,6%). Por outro lado, tiveram redução na produção, indústrias extrativas (-5,6%) e outros produtos químicos (-8,0%)
Setor dribla inflação e falta de insumos
Segundo o IBGE, a recente melhora no desempenho industrial pode estar relacionada à recuperação do mercado de trabalho e às medidas fiscais implementadas pelo governo, como a liberação de recursos do FGTS e antecipação do 13º para aposentados e pensionistas, o que impulsiona a demanda por bens.
Por outro lado, a indústria ainda lida com variáveis que limitam a recuperação das perdas do passado, como a inflação alta que corrói a renda das famílias, a taxa de juros elevada que encarece o crédito e o mercado de trabalho que ainda permanece com baixo rendimento.
— O setor industrial ainda tem um espaço grande a ser recuperado frente a patamares mais elevados da série histórica. Ainda permanecem a restrição de acesso das empresas a insumos e componentes para a produção do bem final e o encarecimento dos custos de produção. Várias plantas industriais prosseguem realizando paralisações, reduções de jornadas de trabalho e concedendo férias coletivas, com a indústria automobilística exemplificando bem essa situação nos últimos meses — diz André Macedo, gerente da pesquisa.
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