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Produção de TVs perde ritmo após efeito Copa, diz IBGE

O impacto ficou mais concentrado no primeiro trimestre de 2014

Televisores: a alta na produção dos eletrodomésticos diminuiu para 8,9% em maio (Daniela Barbosa/EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 2 de julho de 2014 às 13h10.

Rio - Passado o efeito da Copa do Mundo , a produção de televisores voltou a desacelerar, acompanhando o movimento dos eletrodomésticos em geral, segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal divulgada nesta quarta-feira, 02, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE ).

O mundial de futebol provocou forte aumento na fabricação de aparelhos de TV, mas o impacto ficou mais concentrado no primeiro trimestre de 2014, quando a alta na produção dos eletrodomésticos da linha marrom chegou a 51,2%.

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Mês a mês, a magnitude de aumento na fabricação da categoria foi se reduzindo: 41,9% em março (ante o mesmo período do ano anterior); 20,9% em abril; 9,8% em maio.

Os aparelhos de televisão respondem por 85% da produção de eletrodomésticos da linha marrom. "Na evolução mês a mês, você observa menor intensidade, por exemplo, na produção de televisores. Quando se compara esse item especifico com o ano de 2013, ainda tem saldo positivo. Mas as taxas mais intensas de crescimento já não são mais observadas, porque a produção maior já foi feita em meses anteriores", confirmou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.

Apesar da manutenção de incentivos do governo, como alíquota reduzida do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para alguns bens e programas de concessão de crédito como o Minha Casa Melhor, a alta na produção dos eletrodomésticos diminuiu de 22% em março, para 7,8% em abril e 8,9% em maio.

No mesmo período a linha branca oscilou de aumento de 2,1% na produção em março, para queda de 7,9% em abril e alta de 6,8% em maio. Já a atividade de móveis manteve a predominância de resultados negativos: -10,9% em março; -14,4% em abril; e -9,1% em maio.

"Os resultados mais acentuados que eletrodomésticos vinham apresentando como um todo era a parte da linha marrom. A linha branca e a parte de mobiliário, embora você tenha aí algum tipo de redução de IPI e o programa Minha Casa Melhor, não surtiram muito efeito dentro desse setor. Se tem algum tipo de efeito, ele se dá de forma muito menor do que já foi no passado", avaliou Macedo, lembrando que o segmento da linha branca mostra um nível de estoques acima de seu padrão habitual.

Os bens de consumo duráveis registraram uma queda de 11,2% em maio, em relação ao mesmo mês do ano anterior. Apesar dos resultados desfavoráveis de móveis e eletrodomésticos, os grandes culpados pelo desempenho negativo da categoria de duráveis ainda foram os automóveis, com recuo de 21,1% na produção no mês.

"Os automóveis são mais de 50% dos bens duráveis, então continuam com a culpa. Não que outras partes não tenham contribuído (para o recuo de duráveis), mas a principal magnitude de queda veio dos automóveis", afirmou Macedo.

Na categoria de bens duráveis, os automóveis respondem por 55%; os móveis, 10%; os eletrodomésticos da linha branca, 13%; os da linha marrom, outros 13%; e as motos cerca de 6% ou 7%.

O IBGE divulgou nesta quarta que a produção industrial brasileira caiu 0,6% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal. Em relação a maio de 2013, houve recuo de 3,2%.

Derivados de petróleo

De acordo com Macedo, uma queda de energia foi a principal causa da redução de 3,8% na produção da atividade de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis na passagem de abril para maio. O setor deu a principal contribuição negativa para a perda de 0,6% na indústria no mês.

"Houve em algumas plantas industriais algum tipo de redução e paralisação para o mês de maio, pegando mais a Unidade Federativa do Rio de Janeiro. Isso explica essa queda no mês, até porque a trajetória dessa atividade é positiva. Teve uma parada, algum problema relacionado a fornecimento de energia elétrica. A produção se dá de forma contínua (nas unidades fabris do setor), então, quando se tem alguma interrupção nesse sentido, a retomada se dá de forma mais lenta", justificou o técnico do IBGE.

O setor de derivados de petróleo vinha de três meses de resultados positivos, quando avançou 6,2%. No ano, o resultado ainda é positivo em 0,4%.

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