Economia

Prioridade é abrir caixa-preta do BNDES, diz Montezano

O novo presidente da instituição destacou a abertura da caixa preta do banco é uma das promessas de campanha do presidente Jair Bolsonaro

Gustavo Montezano: O presidente empossado do BNDES, assumiu o cargo em cerimônia na sede do banco no centro do Rio de Janeiro (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Gustavo Montezano: O presidente empossado do BNDES, assumiu o cargo em cerimônia na sede do banco no centro do Rio de Janeiro (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 19 de julho de 2019 às 17h38.

Última atualização em 19 de julho de 2019 às 19h11.

O novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), Gustavo Montezano, disse hoje (19) que sua prioridade é abrir a chamada caixa-preta e dar mais visibilidade à instituição. “Hoje, a credibilidade do banco, a transparência, o patriotismo e a capacidade de prover informações estão sendo questionadas", disse, em cerimônia de apresentação pública aos funcionários, no auditório da sede do banco, no Rio de Janeiro. Montezano tomou posse nesta terça-feira (16), em Brasília.

Segundo Montezano, a abertura da caixa preta do banco é uma das promessas de campanha do presidente Jair Bolsonaro."Precisamos virar a página, dar todas as informações necessárias."

Uma das metas, de acordo com ele, é acelerar a venda de participações da carteira da Banespar, empresa de participações do banco, já que o banco atualmente tem cerca de R$ 110 bilhões dessas ações e não há meta ou limite estipulado para a venda.

Outra prioridade é fazer a devolução de recursos do BNDES ao Tesouro Nacional, que tem hoje cerca de R$ 330 bilhões aplicados. “Isso é quase 7% da dívida líquida pública federal. É um número substancial."

Montezano disse ainda que até o final do ano vai montar um plano plurianual com "orçamento claro de receita e despesas", repensando a estrutura de capital com metas objetivas de entregas até o fim do mandato do governo Bolsonaro. A última das metas é melhorar a prestação de serviços ao Estado brasileiro.

“O principal desafio da política econômica corrente é desfazer o estrago que foi feito antes”, afirmou, ao destacar o crescimento excessivo do Estado, que se tornou empresário e endividado. Para ele, governos anteriores "exageraram na dose."

"Temos 30 milhões de pessoas sem emprego no Brasil. Não são um milhão, dois, dez milhões. São 30, vou repetir gritando, 30 milhões de pessoas no desemprego no Brasil. A gente tem que estar revoltado com isso. Não podemos nos acostumar com o absurdo, assim como não pode se acostumar que pessoas vivam com esgoto. A gente tem que voltar a se revoltar com esse cenário revoltante. Hoje o cenário do nosso país é trágico e a gente não tem outra chance”, disse, em referência à mão de obra subutilizada na economia.

“Precisamos desalavancar o Estado, reduzir a participação do Estado na economia, tornar o Brasil mais produtivo. No mundo moderno, sem barreira de competição, se não tivermos produtividade, ficaremos para trás. Isso é o que o BNDES vai fazer. O banco vai transformar o Brasil”, destacou.

"O banco não deve competir com o setor privado, que já oferece o serviço de forma eficiente. O dinheiro público tem que ser empregado onde não está sendo oferecido", ressaltou.

De acordo com Montezano, o BNDES vai assessorar o estado brasileiro em privatizações, concessões e reestruturação financeira.

No crédito, vai atuar onde não há participação de capital privado, nas aéreas de saneamento, infraestrutura e, ainda, financiar fábrica de projetos. “Temos que cobrar pelos nossos serviços, porque o banco tem que ser sustentável, mas vamos cobrar o necessário para cobrir nosso custo.”

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