Economia

Previdência não fará redução abrupta de déficit, mas alivia, diz Marinho

A previsão do governo para as contas públicas em 2019 é de um resultado negativo em R$ 294,9 bilhões

Marinho: secretário especial da Previdência falou sobre relatório aprovado na CCJ do Senado (Adriano Machado/Reuters)

Marinho: secretário especial da Previdência falou sobre relatório aprovado na CCJ do Senado (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de setembro de 2019 às 17h20.

Última atualização em 11 de setembro de 2019 às 06h29.

O secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho fez uma defesa enfática da reforma da Previdência em sessão de debates no Senado, nesta terça-feira, 10. Ele destacou que a reforma, como está proposta no relatório de Tasso Jereissati (PSDB-CE), representa uma economia de R$ 876 bilhões em dez anos e não vai significar uma redução imediata no déficit previdenciário, mas um alívio no orçamento.

O texto da Câmara foi aprovado com um ajuste estimado em R$ 933,5 bilhões no período de uma década.

Em 2018, o déficit previdenciário da União foi de R$ 265 bilhões. A previsão do governo para 2019 é de um resultado negativo em R$ 294,9 bilhões. "Feita a reforma, não significa que haverá uma diminuição abrupta ou paralisação do déficit previdenciário. Apesar disso, vai diminuir o déficit até estancar, o que vai significar um alívio no orçamento. Isso é o que queremos e isso é o que perseguimos", discursou Marinho.

Após a sessão de debates, o Senado fará uma sessão extraordinária que abrirá para discussão da proposta. Com isso, começa a contar o prazo de cinco sessões deliberativas necessárias para a votação do primeiro turno da reforma - programada para o dia 24. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), quer antecipar o calendário, mas não encontra consenso entre líderes partidários.

Entre as mudanças feitas por Tasso no relatório estão a garantia de um salário mínimo para pensões por morte e a retirada do conceito de miserabilidade para o pagamento do Benefício de Prestação Continuada (BPC), ampliando o número de atendidos.

Alterações

No relatório de Tasso, duas mudanças foram questionadas por técnicos legislativos. Para alguns consultores do Senado, as alterações (autonomia para Estados cobrarem alíquotas extras e benefício para trabalhadores informais) teriam de necessariamente retornar à Câmara por mexerem no mérito da proposta - o que atrasaria a promulgação da medida.

"O que ele colocou dentro da principal houve um decréscimo em torno de R$ 60 bilhões (na economia). O que ele puder jogar para a paralela, melhor, se ele mantiver o que veio da Câmara, é o que nós queremos", declarou Marinho.

Caso prevaleça o entendimento de que as supressões de Tasso exigem que o texto volte à Câmara, é possível que o relator decida passá-las para a PEC paralela.

Acompanhe tudo sobre:Déficit públicoOrçamento federalReforma da Previdência

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto