Previdência: governo acertou pela metade, diz Tendências
Presidente Lula vetou o fim do Fator Previdenciário, mas sancionou o reajuste de 7,72% para os aposentados que ganham acima de um salário mínimo
Da Redação
Publicado em 15 de junho de 2010 às 14h22.
São Paulo - A decisão do presidente Lula de vetar o fim do Fator Previdenciário foi correta e "evitou uma tragédia fiscal", na avaliação do economista da Tendências Consultoria, Felipe Salto. "O Fator Previdenciário é um paliativo necessário enquanto não é feita uma reforma profunda", afirma.
Por outro lado, o economista considera um erro a sanção do reajuste de 7,72% para os aposentados e pensionistas que ganham acima de um salário mínimo. A proposta inicialmente defendida pela área econômica era de uma alta de 6,14%. Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o impacto fiscal de 1,6 bilhão de reais (a diferença entre os 6,14% e os 7,72%) será compensado este ano com corte de despesas da mesma magnitude no orçamento.
"É verdade que a diferença é pequena se compararmos com o total do orçamento já contratado pelo governo central neste ano, de 662 bilhões de reais. Mas, toda ajuda é importante para o cumprimento da meta de superávit fiscal", diz Salto. "Faz sentido do ponto de vista político (sancionar o reajuste), mas não significa que fiscalmente seja bom."
O economista da Tendências Consultoria diz que "não se trata de ser contra ou a favor dos aposentados". A questão principal, segundo ele, é que o Brasil já tem uma carga tributária que corresponde a 35% do Produto Interno Bruto (PIB). "Estamos no limite. São necessárias mudanças gerenciais e estruturais na Previdência, mas não vemos nenhum candidato disposto a debater esse tema", afirma Salto.
Ao avaliar as duas decisões do presidente Lula tomadas nesta terça-feira (15), Felipe Salto disse que o governo ficou no meio do caminho. "Acertou pela metade", concluiu.
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