Economia

Prévia do PIB recua 1,89% no 2º tri e mostra recessão

A leitura mensal veio pior do que o estimado por economistas


	Trabalhador da indústria: no segundo trimestre, o indicador mostrou contração de 1,89 por cento sobre os três meses anteriores
 (ia_64/Thinkstock)

Trabalhador da indústria: no segundo trimestre, o indicador mostrou contração de 1,89 por cento sobre os três meses anteriores (ia_64/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 19 de agosto de 2015 às 10h24.

São Paulo - A economia brasileira está em recessão, com três trimestres seguidos mostrando contração, indicou nesta terça-feira o Banco Central, num ambiente de baixa confiança dos agentes econômicos e instabilidade política que apontam para um futuro ainda negativo.

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), recuou 1,89 por cento no segundo trimestre deste ano se comparado com os três meses imediatamente anteriores.

Só em junho sobre maio, a contração foi de 0,58 por cento, de acordo com dados dessazonalizados, pior do que o esperado em pesquisa Reuters com economistas, que previam contração de 0,53 por cento.

No primeiro trimestre deste ano, o IBC-Br mostrou que a economia brasileira havia recuado 0,88 por cento sobre o último trimestre de 2014 que, por sua vez, teve contração de 0,45 por cento na mesma base de comparação.

Os resultados reforçam o caminho difícil a ser trilhado pela economia brasileira, que só deve voltar a crescer em 2017, segundo economistas consultados na pesquisa Focus, do BC.

Segundo pesquisa Focus do BC, que ouve semanalmente uma centena de economistas, o PIB brasileiro deve encolher 2,01 por cento neste ano e 0,15 por cento no próximo. Se confirmado, o país terá registrado a pior recessão em 25 anos.

Em nota a clientes, o economista-chefe do banco Fator, José Francisco Gonçalves, informou que "por enquanto" projeta que o PIB do segundo trimestre --que será divulgado no próximo dia 28 pelo IBGE- deve ter recuado 1,9% na comparação com os três primeiros meses do ano e 2,7% ante o mesmo período do ano passado.

Soma-se ao quadro negativo a inflação elevada e desemprego em alta, diante da grave crise política que atravessa o país, que tem contribuído para abater a confiança dos agentes econômicos e abalar a aprovação da presidente Dilma Rousseff.

As perspectivas sombrias para a atividade econômica convivem ainda com o ambiente de juro básico elevado, com a Selic a 14,25 por cento, maior patamar em nove anos, para tentar domar a escalada dos preços.

O IBC-Br incorpora estimativas para a produção nos três setores básicos da economia: serviços, indústria e agropecuária, assim como os impostos sobre os produtos.

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