Economia

IPCA-15 indica que 2017 vai fechar com menor inflação em 19 anos

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 registrou 0,35% em dezembro e fechou ano com alta acumulada de 2,94%, patamar mais baixo desde 1998

IPCA-15: em novembro, o indicador havia subido 0,32 por cento (gpointstudio/Thinkstock)

IPCA-15: em novembro, o indicador havia subido 0,32 por cento (gpointstudio/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 21 de dezembro de 2017 às 09h11.

Última atualização em 21 de dezembro de 2017 às 10h23.

São Paulo - A prévia da inflação oficial brasileira indicou que os preços devem encerrar 2017 com a menor alta acumulada em quase duas décadas, abaixo do piso da meta do governo e com deflação de alimentos, garantindo espaço para o Banco Central continuar com o corte dos juros.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) fechou este ano com alta acumulada de 2,94 por cento, patamar mais baixo desde 1998 (1,66 por cento) e ante 6,58 por cento em 2016, informou nesta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

A meta do governo é de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Os dados de agora indicam que inflação brasileira encerrará o ano aquém do objetivo pela primeira vez desde a implementação do regime de metas.

Se o IPCA de dezembro, a ser divulgado em 10 de janeiro, se confirmar abaixo de 3 por cento, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, deverá publicar carta aberta explicando o motivo do descumprimento e indicando o que faria para mudar esse quadro.

Nos 12 meses até novembro, o indicador havia acumulado avanço de 2,77 por cento, e o resultado de dezembro ficou em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters de 2,94 por cento.[nL1N1OI0S8]

Em dezembro, o IPCA-15 teve alta de 0,35 por cento sobre o mês anterior, contra 0,32 por cento em novembro e expectativa de 0,36 por cento, pressionado principalmente pelo aumento de 2,75 por cento da gasolina.

O resultado mensal do IPCA-15 teve taxas negativas em três grupos: 0,27 por cento em Artigos de residência, 0,26 por cento em Comunicação e 0,02 por cento deAlimentação e Bebidas.

Os alimentos encerraram o ano com deflação de 2,15 por cento, depois de a queda dos preços desse grupo ter se mostrado mais persistente e profunda ao longo do ano que se esperava, pressionando as expectativas de inflação.

O outro grupo que registrou recuo dos preços no ano foi Artigos de Residência, de 1,51 por cento.

Na outra ponta, a maior alta ficou com Educação, de 6,96 por cento, seguida por Saúde e Cuidados Pessoais, de 6,68 por cento, e Habitação, de 6,15 por cento.

A inflação fraca dá espaço ao BC para continuar reduzindo os juros básicos, já na mínima histórica de 7 por cento, e a expectativa em geral é de novo corte de 0,25 ponto percentual na reunião de fevereiro, como vem sendo indicado pelo BC.

A própria autoridade monetária vê a inflação abaixo da meta oficial este ano, tendo reduzido nesta manhã a projeção para a alta do IPCA a 2,8 por cento em seu Relatório de Inflação, de 2,9 por cento antes.

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