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Presidentes pedem conclusão de acordo Mercosul-UE

"Reafirmamos nosso empenho para alcançar um acordo de associação entre a UE e o Mercosul amplo, equilibrado e ambicioso", expressou o presidente da Comissão Europeia

Dilma Rousseff: ela considerou que esse acordo, cujas negociações foram retomadas em 2010, após seis anos paradas, é "muito importante para as duas regiões" (Antonio Cruz/ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de janeiro de 2013 às 20h09.

Brasília - Os presidentes do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy; da Comissão Europeia, José Manuel Barroso; e a brasileira Dilma Rousseff pediram nesta quinta-feira, em Brasília, uma rápida conclusão do acordo de livre comércio Mercosul-União Europeia, e apostaram em reforçar a relação econômica bilateral.

Os dirigentes apostaram ainda no reforço da relação econômica entre europeus e brasileiros durante a cúpula Brasil-UE, realizada às vésperas do encontro entre a União Europeia e a Comunidade de Estados Latino-americanos e do Caribe (Celac), no Chile.

A cúpula Brasil-União Europeia realizada em Brasília entre os chefes máximos de ambas as partes, "expressa a forte vontade política de alcançar um acordo" entre o Mercosul e a Europa, afirmou Van Rompuy em uma declaração à imprensa no final das reuniões.

Van Rompuy, que considerou que a Europa passou pelo pior depois da crise, mas ainda tem como objetivo crescer e enfrentar o desemprego, pediu uma rápida conclusão desse acordo.

"Reafirmamos nosso empenho para alcançar um acordo de associação entre a UE e o Mercosul amplo, equilibrado e ambicioso", que aumente o comércio e os investimentos, expressou Barroso.


Dilma Rousseff considerou que esse acordo, cujas negociações foram retomadas em 2010, após seis anos paradas, é "muito importante para as duas regiões".

Contudo, ela alertou que deve contemplar "um reequilíbrio das relações comerciais" de ambos os lados, ao passo que pediu "um avanço de nossas ofertas" para que a negociação prospere.

O Brasil, que cresceu apenas 1% no ano passado, e a Europa, que ainda atravessa uma grave crise, passaram um bom tempo da reunião abordando o potencial econômico entre os dois gigantes.

Van Rompuy, Barroso e Rousseff acordaram em criar uma comissão que abordará o potencial dos investimentos entre Brasil e Europa, "para dar mais força à relação econômica que já é importante", explicou Barroso.

Esta comissão, proposta pela Europa, também deve abordar o potencial para impulsionar o comércio, ainda que "sem perder de vista que estamos negociando com o Mercosul", declarou à AFP uma fonte brasileira nas negociações sob a condição de anonimato.


Rousseff definiu como "estratégica" a relação com a Europa e relembrou que os 27 membros do bloco constituem o principal sócio comercial do Brasil, ao passo que "somos o nono sócio comercial da UE" com um comércio bilateral que registrou 96,5 bilhões de dólares em 2012.

O Brasil afirmou ser o quinto maior investidor na UE e o quarto destino dos investimentos europeus no mundo.

"Esta é uma cúpula de ambição, especialmente na economia e no comércio", declarou Van Rompuy.

Em paralelo às reuniões, empresários de ambos os países defenderam que as negociações Europa-Mercosul fossem aceleradas, ainda que alguns europeus destacassem seu interesse pelo Brasil.

"A relação entre o Brasil e a Europa pode contribuir para o crescimento econômico. Necessitamos reforçar essa relação e se ela não for suficientemente defendida no âmbito do Mercosul, é preciso encontrar outras soluções", disse à AFP o vice-presidente da BussinessEurope, Jorge Rocha de Matos.


O Brasil foi taxativo neste sentido e esta foi a mensagem que deixou à Europa ao afirmar que sua relação com a Argentina (e o Mercosul) é um casamento, sem a opção de divórcio, segundo explicou uma fonte próxima às negociações que não quis se identificar.

O Brasil e a União Europeia estabeleceram uma aliança estratégica em 2007 e a última cúpula bilateral ocorreu em 2011 em Bruxelas.

A Venezuela é o membro mais recente do Mercosul, desde dezembro, que já conta com a Argentina, Brasil e Uruguai, enquanto o Paraguai permanece suspenso do bloco.

A crise nos últimos anos não ajudou a avançar neste acordo Mercosul-Europa e, ainda menos, após as críticas dos dois lados em relação ao protecionismo.

Em setembro de 2012, Barroso tinha alertado: "temos a intenção de selar um acordo com o Mercosul, embora a postura protecionista de alguns países membros do bloco seja um mau sinal".

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Brasília - Os presidentes do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy; da Comissão Europeia, José Manuel Barroso; e a brasileira Dilma Rousseff pediram nesta quinta-feira, em Brasília, uma rápida conclusão do acordo de livre comércio Mercosul-União Europeia, e apostaram em reforçar a relação econômica bilateral.

Os dirigentes apostaram ainda no reforço da relação econômica entre europeus e brasileiros durante a cúpula Brasil-UE, realizada às vésperas do encontro entre a União Europeia e a Comunidade de Estados Latino-americanos e do Caribe (Celac), no Chile.

A cúpula Brasil-União Europeia realizada em Brasília entre os chefes máximos de ambas as partes, "expressa a forte vontade política de alcançar um acordo" entre o Mercosul e a Europa, afirmou Van Rompuy em uma declaração à imprensa no final das reuniões.

Van Rompuy, que considerou que a Europa passou pelo pior depois da crise, mas ainda tem como objetivo crescer e enfrentar o desemprego, pediu uma rápida conclusão desse acordo.

"Reafirmamos nosso empenho para alcançar um acordo de associação entre a UE e o Mercosul amplo, equilibrado e ambicioso", que aumente o comércio e os investimentos, expressou Barroso.


Dilma Rousseff considerou que esse acordo, cujas negociações foram retomadas em 2010, após seis anos paradas, é "muito importante para as duas regiões".

Contudo, ela alertou que deve contemplar "um reequilíbrio das relações comerciais" de ambos os lados, ao passo que pediu "um avanço de nossas ofertas" para que a negociação prospere.

O Brasil, que cresceu apenas 1% no ano passado, e a Europa, que ainda atravessa uma grave crise, passaram um bom tempo da reunião abordando o potencial econômico entre os dois gigantes.

Van Rompuy, Barroso e Rousseff acordaram em criar uma comissão que abordará o potencial dos investimentos entre Brasil e Europa, "para dar mais força à relação econômica que já é importante", explicou Barroso.

Esta comissão, proposta pela Europa, também deve abordar o potencial para impulsionar o comércio, ainda que "sem perder de vista que estamos negociando com o Mercosul", declarou à AFP uma fonte brasileira nas negociações sob a condição de anonimato.


Rousseff definiu como "estratégica" a relação com a Europa e relembrou que os 27 membros do bloco constituem o principal sócio comercial do Brasil, ao passo que "somos o nono sócio comercial da UE" com um comércio bilateral que registrou 96,5 bilhões de dólares em 2012.

O Brasil afirmou ser o quinto maior investidor na UE e o quarto destino dos investimentos europeus no mundo.

"Esta é uma cúpula de ambição, especialmente na economia e no comércio", declarou Van Rompuy.

Em paralelo às reuniões, empresários de ambos os países defenderam que as negociações Europa-Mercosul fossem aceleradas, ainda que alguns europeus destacassem seu interesse pelo Brasil.

"A relação entre o Brasil e a Europa pode contribuir para o crescimento econômico. Necessitamos reforçar essa relação e se ela não for suficientemente defendida no âmbito do Mercosul, é preciso encontrar outras soluções", disse à AFP o vice-presidente da BussinessEurope, Jorge Rocha de Matos.


O Brasil foi taxativo neste sentido e esta foi a mensagem que deixou à Europa ao afirmar que sua relação com a Argentina (e o Mercosul) é um casamento, sem a opção de divórcio, segundo explicou uma fonte próxima às negociações que não quis se identificar.

O Brasil e a União Europeia estabeleceram uma aliança estratégica em 2007 e a última cúpula bilateral ocorreu em 2011 em Bruxelas.

A Venezuela é o membro mais recente do Mercosul, desde dezembro, que já conta com a Argentina, Brasil e Uruguai, enquanto o Paraguai permanece suspenso do bloco.

A crise nos últimos anos não ajudou a avançar neste acordo Mercosul-Europa e, ainda menos, após as críticas dos dois lados em relação ao protecionismo.

Em setembro de 2012, Barroso tinha alertado: "temos a intenção de selar um acordo com o Mercosul, embora a postura protecionista de alguns países membros do bloco seja um mau sinal".

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