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Presidente do BCE afirma ainda haver espaço para mais cortes de juros

Banco Central Europeu fez um corte de juros de -0,40% para -0,50% no início do mês

Zona do Euro: entidade monetária está preocupada com fraqueza do setor industrial da zona do euro (Image Source/Getty Images)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de setembro de 2019 às 11h17.

Última atualização em 23 de setembro de 2019 às 11h18.

São Paulo — O presidente do Banco Central Europeu ( BCE ), Mario Draghi, afirmou nesta segunda-feira que, ao manter o viés de afrouxamento sobre taxas de juros na sua orientação futura (guidance) "aprimorada" na última reunião de política monetária, o conselho da instituição indica que ainda há espaço para cortar ainda mais os juros, "se necessário".

A retomada das compras líquidas de ativos, conhecidas como afrouxamento quantitativo (QE), ao ritmo de 20 bilhões de euros por mês a partir de novembro, disse o italiano no seu discurso em audiência do Comitê de Assuntos Econômicos e Monetários (ECON) do Parlamento Europeu, sinaliza o compromisso do BCE de usar "todos os instrumentos" para atingir o objetivo de estabilidade dos preços.

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O Banco Central Europeu fez um corte de juros de -0,40% para -0,50% no início do mês.

"Continuamos preparados para ajustar todos os nossos instrumentos, se justificado pela perspectiva para a inflação", reiterou.

Diante da fraqueza no setor industrial da zona do euro , Draghi alertou que, quanto mais tempo ela durar, tão maiores são os riscos de que outros setores da economia sejam afetados pela desaceleração. "À medida que o setor de serviços da zona do euro continue resiliente, não devemos ser complacentes sobre a sua capacidade de resistir a transbordamentos negativos."

Ao abordar o sistema de camadas anunciado para a taxa de depósitos negativa, o presidente do BCE pontuou se tratar de uma iniciativa para equilibrar a preservação de incentivos ao repasse por bancos dos estímulos monetários ao mesmo tempo em que mitiga os efeitos adversos dessas taxas negativas sobre a lucratividade dos bancos.

"A zona do euro precisa que intermediários financeiros permaneçam engajados e ativos na transmissão monetária, e o novo sistema de duas camadas vai assegurar que a capacidade dos bancos de estender empréstimos a seus clientes em termos favoráveis permaneça desimpedida", comentou.

Por fim, assim como na entrevista coletiva após a última reunião de política monetária, Draghi voltou a apelar ao acionamento pelos governos nacionais da zona do euro de suas políticas fiscais. "O BCE não opera em um vácuo e outras formulações de políticas, também."

"Em outras palavras, precisamos de uma estratégia econômica coerente na zona do euro que complemente e aprimore a efetividade da política monetária", discursou. "Um melhor mix de formulação de políticas, incluindo a política fiscal, reformas estruturais e medidas prudenciais, poderia ajudar a atingir esse objetivo [de a inflação se mover rumo à meta] mais rapidamente e com menos efeitos colaterais."

Já após ler o discurso preparado e respondendo a perguntas de eurodeputados, Draghi ressaltou que, ao pedir um papel maior da política fiscal, não está dizendo "de forma alguma" que a política monetária "se exauriu".

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