Presidente do Banco Mundial diz apoiar programas de renda no Brasil
Definição sobre o programa que vai substituir o Bolsa Família, e pretende englobar beneficiados pelo auxílio emergencial, ficou para depois das eleições
Victor Sena
Publicado em 14 de outubro de 2020 às 14h35.
Última atualização em 14 de outubro de 2020 às 14h48.
O presidente do Banco Mundial , David Malpass, afirmou nesta quarta-feira que apoia programas de transferência de renda no Brasil, e que a prioridade no momento deve ser "salvar vidas", o que inclui medidas de isolamento social e outras prevenções, como o uso de máscara.
Em coletiva de imprensa, Malpass indicou que alguns países mais pobres estão próximos de uma "depressão" e que, com a queda de emprego e renda, é importante garantir o mínimo aos cidadãos mais vulneráveis. Uma das recomendações do banco é a retirada de subsídios de produtos para exportação e o foco na produção local de suprimentos.
Malpass indicou saber "ser difícil" deixar de apoiar setores de exportação, mas reforçou a importância disso neste momento. "Muitos não terão a recuperação rápida no turismo que esperam", disse sobre os países em desenvolvimento, visando o que segundo ele terá de ser uma "nova economia", após os efeitos da covid-19.
Renda Cidadã
O senador Marcio Bittar (MDB-AM) afirmou no começo do mês que a definição sobre as fontes de financiamento do programa Renda Cidadã e seu parecer em relação ao tema serão concluídos só depois das eleições municipais, em novembro.
“A proposta de corte de despesas para financiar o programa tem de ser fonte de consenso, não adianta eu criar sozinho porque não anda sozinho, não aprova”, disse. O governo havia anunciado que usaria precatórios e recursos do Fundeb, fundo de educação básica, para financiar o Renda Cidadã, mas voltou atrás em meio à receptividade negativa da proposta.