Plataforma da Petrobras: expectativa da AIE é que o Brasil passe a produzir 5,7 milhões de barris de petróleo diários em 2035 (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 18 de dezembro de 2012 às 21h58.
Rio de Janeiro - Os preços do petróleo devem permanecer num patamar elevado e possivelmente acima dos 100 dólares nos próximos 10 anos, disse nesta terça-feira a Agencia Internacional de Energia (AIE).
O economista chefe da AIE, Fatih Birol, disse que apesar da crise global que atinge especialmente os países desenvolvidos, os preços do barril de petróleo se mantêm num nível elevado e num dos maiores patamares da história.
"Nos próximos 10 anos a média será em torno de 100 dólares. É um nível elevado", disse Birol a jornalistas após evento da agência de energia no Rio de Janeiro.
O economista da AIE destacou que mesmo na crise global os custos de produção, especialmente de "novo óleo" subiram e estão elevados, influenciando nos custos das empresas e no preço da commodity.
"Isso foi uma grande surpresa, ver uma grande subida desse preço internacional (em um momento de economia mundial mais fraca", afirmou ele.
A AIE espera que em 2035 a produção de petróleo do Brasil atinja 5,7 milhões de barris diários, o que vai colocar o país, segundo Birol, no rol dos grandes 'players' mundiais do mercado de óleo.
A produção atual do país é ligeiramente acima de 2 milhões de barris por dia, e a perspectiva da Petrobras é atingir 4,9 milhões de barris por dia em 2020.
Para saltar de 2 milhões de barris/dia para quase 6 milhões de barris diários em 23 anos, o economista chefe da AIE destaca a necessidade das rodadas de licitação de petróleo e gás, e um investimento de 50 bilhões de dólares ao ano até 2035 para viabilizar a meta.
"A Petrobras e o governo precisam encontrar canais para financiar esse dinheiro. Tem que ter financiamento, investimento em projetos complexos e logística", ressaltou.
De acordo com o diretor da Agência Nacional do Petróleo (ANP), que participou do evento da AIE, a estimativa é que em 2035 o Brasil e o Iraque respondam por 75 por cento do acréscimo da produção mundial de óleo "Acho que isso é plenamente factível pelos números da Petrobras", finalizou. (Reportagem de Rodrigo Viga Gaier; Edição de Leila Coimbra)