Preço de combustível tem baixa pela 3ª semana
Os preços estão longe de ser comparados com uma redução de 10,4% na cotação do diesel, anunciada pela Petrobras, e um corte de 3,1% na gasolina
Preços: desde 6 de novembro, quando os preços nos postos entraram em uma tendência de queda (Jeff Pachoud/AFP)
5 de dezembro de 2016, 16h52
São Paulo - Os preços médios da gasolina, diesel e etanol hidratado registraram queda nos postos do Brasil pela terceira semana seguida na semana passada, informou nesta segunda-feira a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), mas mostrando que apenas uma fração das reduções feitas pela Petrobras chegaram às bombas.
A queda semanal para a gasolina foi de 0,27 por cento, para 3,655 reais por litro; no diesel foi de 0,17 por cento, a 2,979 reais/litro; enquanto o etanol hidratado recuou 0,18 por cento, a 2,811 reais/litro.
Desde 6 de novembro, quando os preços nos postos entraram em uma tendência de queda, segundo a pesquisa da ANP, o valor da gasolina na bomba recuou 0,7 por cento, enquanto o diesel 0,8 por cento.
Isso está longe de ser comparado com uma redução de 10,4 por cento na cotação do diesel, anunciada em 8 de novembro pela Petrobras, e um corte de 3,1 por cento no valor da gasolina, na mesma data.
Para a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), que representa sindicatos estaduais que congregam cerca de 45 mil postos de combustíveis no país, o preço não cai na bomba na mesma proporção do ajuste da Petrobras porque as distribuidoras não repassam as reduções, aumentando suas margens de lucro.
"Quando o preço sobe, ele sobe de foguete, quando ele desce, desce de paraquedas, essa é a realidade desse setor. É sintoma de mercado de distribuição que sofre de concentração", disse à Reuters o diretor-secretário da Fecombustíveis, Emílio Martins.
Procurado, o Sindicom, que representa as maiores distribuidoras de combustíveis do Brasil, não comentou o assunto imediatamente. Anteriormente, o Sindicom informou que não tem conhecimento das políticas de preços de suas associadas.
No caso do preço do etanol nas usinas de São Paulo (principal produtor brasileiro do biocombustível), houve queda de 3,9 por cento (etanol anidro, misturado à gasolina numa proporção de 27 por cento) e de 3,5 por cento para o hidratado, em relação ao início do mês passado, segundo dados do Cepea, centro de estudos da Universidade de São Paulo.
Tais recuos também são bem mais expressivos na comparação com os registrados nas bombas.
"É o segmento que está na ponta que acaba tendo que dar explicações... Quando o presidente da Petrobras anuncia a diminuição do preço, ele está anunciando um preço que não somos nós que compramos", acrescentou Martins, lembrando que os postos compram já uma gasolina misturada com etanol e um diesel misturado com biodiesel (na proporção de 7 por cento).
"Infelizmente, no meio do caminho, entre a fala da Petrobras e o posto, existe o segmento que se chama distribuidora", afirmou o dirigente da Fecombustíveis, destacando que, devido à elevada competitividade do setor varejista, "se a distribuidora repassar (o preço da Petrobras ou da usina de etanol), não tem como o posto não repassar".
Aumento?
Com as condições do mercado de petróleo Brent --que está operando em uma máxima de 16 meses após a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de reduzir a produção-- e de dólar, mais forte do que no último reajuste da Petrobras, tudo indica que estatal deva em sua próxima avaliação elevar as cotações dos produtos nas refinarias, seguindo orientação de sua nova política para combustíveis, de acordo com analistas.
Questionado sobre como ficaria o mercado de combustíveis, Martins disse não ter dúvida de que as distribuidoras aí sim vão repassar os novos preços imediatamente, o que acabará nas bombas.
"Agora pode ter certeza... se vier um aumento, não tenho dúvida que virá um aumento da distribuidora. Eles vão repassar..."
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