Economia

Plano da Petrobras corta aportes de US$19 bi no pré-sal

Apesar do corte expressivo dos investimentos, a estatal reduziu em apenas 100 mil barris de petróleo/dia a meta de produção para 2020 no Brasil


	Pré-sal: a estatal reduziu em apenas 100 mil barris de petróleo/dia a meta de produção para 2020
 (.)

Pré-sal: a estatal reduziu em apenas 100 mil barris de petróleo/dia a meta de produção para 2020 (.)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de janeiro de 2016 às 18h00.

Rio de Janeiro - A revisão do plano de negócios 2015-2019 da Petrobras cortou em cerca de 19 bilhões de dólares os investimentos nas áreas do pré-sal, com uma redução de custos e alta produtividade dos poços, além de renegociações de contratos com fornecedores, em meio a um mercado de petróleo em queda livre.

Assim, apesar do corte expressivo dos investimentos, a estatal reduziu em apenas 100 mil barris de petróleo/dia a meta de produção para 2020 no Brasil, para 2,7 milhões de barris bpd, afirmou nesta sexta-feira a diretora de Exploração e Produção, Solange Guedes, tentando afastar a desconfiança de analistas sobre o objetivo.

O corte, segundo a executiva, que detalhou o plano divulgado no início da semana, foi possível principalmente por meio de uma melhor administração da perfuração e preparo dos poços, responsáveis por aproximadamente 50 por cento dos investimentos em um projeto de exploração e produção, dentre outras questões.

Segundo Solange, a empresa conseguiu reduzir o tempo de construção de poços, por meio do maior conhecimento dos reservatórios do pré-sal, que em 2015 responderam por mais de um terço da produção nacional da companhia.

Além disso, a produtividade dos poços se mostrou melhor do que o esperado inicialmente e ainda se manteve em patamares mais altos de forma mais firme por mais tempo.

Dessa forma, a empresa pôde administrar melhor a realização da entrada em produção de poços. "(Uma forma de otimização dos projetos foi colocar) a entrada dos poços 'just in time' com a capacidade da plataforma", afirmou Solange.

"Essa otimização (de entrada de poços de forma dosada) foi muito relevante para minimizar o impacto (na curva de produção)", afirmou.

O corte da área de exploração e produção também contou com a renegociação de contratos com fornecedores e uma redução de investimentos em exploração.

Em 2015, Solange frisou que conseguiu redução média de 13 por cento nos contratos que foram renegociados, que incluíram grupos de sondas, bens, barcos e helicópteros.

A postergação da entrega de equipamentos é uma das alternativas oferecidas para a renegociação de contratos.

Neste mês, a empresa está modelando uma nova rodada de negociações que será realizada neste ano, com objetivo de atingir fornecedores que ainda não renegociaram contratos.

Solange frisou que a companhia está buscando trazer previsibilidade para o mercado.

"Talvez em um dos momentos mais difíceis da companhia (em 2015), e nós conseguimos atingir a meta de produção”, afirmou a executiva.

De acordo com Solange, a plataforma prevista para o projeto de revitalização do campo de Marlim, na Bacia de Campos, também foi atrasada em um ano, no novo plano, que prevê a entrega agora para 2020.

Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasCombustíveisEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEnergiaEstatais brasileirasIndústria do petróleoPetrobrasPetróleoPré-sal

Mais de Economia

Alckmin: reforma tributária vai ampliar investimentos e exportações

Brasil tem déficit em conta corrente de US$ 4 bi em junho, mostra Banco Central

Arrecadação federal cresce 11,02% em junho e chega a R$ 208,8 bilhões

Plano Real, 30 anos: Carlos Vieira e o efeito desigual da hiperinflação no povo

Mais na Exame