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PIB atende expectativas e cresce 3,4% no primeiro semestre

Indústria puxou resultado, mas demanda das famílias e investimento também apresentaram alta

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h35.

O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 3,4% no primeiro semestre, na comparação com igual período do ano anterior. O resultado, que ficou dentro das projeções do mercado, foi favorecido pelo desempenho da economia no segundo trimestre, marcado pela recuperação do consumo das famílias e da atividade industrial. "Foi um resultado consistente, que mostrou a retomada esperada dos componentes do PIB", diz Guilherme Maia, economista da consultoria Tendências (se você é assinante, leia ainda sobre como o fortalecimento do país, na última década, atenuou os efeitos da crise política sobre a economia).

Entre abril e junho, a economia cresceu 1,4% sobre o primeiro trimestre. O resultado aponta a aceleração do país, já que, entre janeiro e março, a expansão havia sido de apenas 0,4% sobre os últimos três meses de 2004. Pelo lado da oferta, o setor industrial liderou o crescimento, com alta acumulada de 4,4% no semestre, à frente da agropecuária (2,9%), e dos serviços (2,4%). O resultado mostra uma forte recuperação da indústria. Depois de cair 0,8% no primeiro trimestre, em relação ao final do ano passado, o setor apresentou alta de 3% de abril a junho.

Pelo lado da demanda, os números também são favoráveis. Um dos destaques, segundo Mônica Bauer, economista da consultoria MB Associados, é a recuperação do consumo das famílias. Depois de cair 0,8% no primeiro trimestre, em relação ao último de 2004, essa componente do PIB registrou alta de 0,9% no segundo trimestre. "A expansão do crédito e o reajuste do salário mínimo pesaram positivamente", diz. Com isso, o consumo das famílias encerrou o semestre com alta acumulada de 3,1%.

Investimentos

A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que indica o volume de investimentos no país, também apresentou números favoráveis. No semestre, esse indicador registrou incremento também de 3,1%. O desempenho pode ser creditado ao aumento de 4,5% do segundo trimestre, já que, no primeiro, verificou-se uma queda de 3,6% em relação aos três meses finais de 2004. O resultado é ainda mais representativo, quando se lembra que, no último trimestre do ano passado, a FBCF já havia caído 2,9%.

Segundo Mônica, os dados do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) mostram que os investimentos provêm, principalmente, da aceleração de projetos que já estavam em andamento, além de setores cuja capacidade ociosa já está muito baixa. "A área que está mais lenta é a de instalação de novas plantas", afirma.

Para Maia, da Tendências, os dados do BNDES não são suficientes para explicar toda a expansão do investimento produtivo no país. "Eles não indicam, por exemplo, o volume de financiamentos contratados pelas empresas no exterior", diz. Por isso, Maia acredita que mesmo o segmento de novas plantas industriais pode estar mais acelerado do que se supõe. Um indício seria o aumento das importações e da produção de máquinas não seriadas, típicas de projetos greenfield.

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